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Fed conseguirá controlar inflação sem alta brusca no desemprego, diz dirigente

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Estadão Conteúdos

O presidente da distrital de Chicago do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Charles Evans, acredita que o BC dos Estados Unidos conseguirá controlar a inflação sem causar um aumento brusco da taxa de desemprego nos EUA. Este cenário econômico, informalmente chamado de “pouso suave” após o aperto monetário do Fed, é consistente com as últimas projeções do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) e exclui um quadro de recessão da atividade americana, destacou o dirigente, que participa hoje da 64ª Reunião Anual da Associação Nacional de Economia Empresarial (Nabe).

De qualquer forma, o agressivo aumento de juros pelo Fed deve gerar um período de crescimento econômico abaixo da tendência e relaxamento do mercado de trabalho, disse Evans. Ele ainda espera que a política monetária siga restritiva por “algum tempo” para equilibrar demanda e oferta nos EUA. “Garantir uma inflação baixa e estável é um prerrequisito para alcançar resultados sólidos e sustentados no mercado de trabalho”, ressaltou.

Em suas projeções, que em geral estão alinhadas com as medianas do Fomc, Evans espera que o juro nominal nos EUA fique “um pouco acima” de 4,5% a partir do começo de 2023 “por algum tempo”.

Além do aperto monetário nos EUA, o dirigente disse que a melhora das pressões na cadeia produtiva global vai ajudar o Fed em sua missão de reduzir a inflação.

Ele alertou, porém, que há riscos que podem “inviabilizar” sua projeção mais otimista. Entre eles, melhora mais lenta nas cadeias globais, choques por conta da guerra na Ucrânia, adoção de mais lockdowns na China e impacto menor ou maior que o esperado da política monetária sobre a inflação e o emprego.

Também será mais difícil controlar a inflação se as expectativas de consumidores desancorarem da meta de 2% do Fed, disse Evans.

No momento, porém, as expectativas de longo prazo seguem consistentes com o objetivo e indicam que os agentes confiam na política monetária do BC, segundo o banqueiro central, que não vota nas reuniões deste ano do Fomc.