O Pix parcelado é o principal modelo adotado por empresas como PicPay e RecargaPay. Esse tipo de pagamento pode ser utilizado em lojas físicas e virtuais. Pelo modelo, o consumidor pode pagar o valor a prazo, mediante cobrança de taxas, enquanto o lojista recebe o valor à vista.
“O recurso de pagar depois com o Pix pode ser como um empréstimo na conta ou um pagamento no cartão de crédito. Na guerra das carteiras digitais, você tem todas as armas ou você está desarmado”, diz Gilmar Hansen, vice-presidente sênior do RecargaPay.
Até a onda de roubos de celulares visando transferências forçadas o PicPay transformou em negócio. A empresa oferece um seguro contra Pix feito sob coação. Criado com a Kovr Seguradora, o produto custa a partir de R$ 4,90 mensais, cobrindo também outros crimes.
Na visão de Renan Manda, analista da XP Investimentos, é necessário informar com clareza as taxas cobradas em diferentes tipos de Pix, como o parcelado, para evitar que o consumidor fique confuso.
Para ele, o atraso dos bancos na oferta de vários formatos de Pix está relacionado a questões de segurança. “Existem etapas do Pix que ainda não saíram porque os bancos precisam desenvolver seus sistemas junto ao BC, buscando encontrar falhas e inconsistências”, afirma Manda. Quem se antecipou à concorrência, como algumas fintechs e o Santander, fez isso na esperança de captar novos clientes, na visão do analista.
ALENTO
Uma das mentes por trás do Pix, Carlos Netto afirma que o serviço trouxe uniformidade para os pagamentos, que ficaram mais baratos e democráticos. Para as fintechs, porém, o Pix também trouxe perda de receitas, pois a transferência do dinheiro pago ao lojista passou a ser feita de forma automática, e não mais em até 30 dias. A oferta do Pix no cartão pode ser uma chance de essas empresas compensarem essa perda de receita, pois seu uso embute a cobrança de taxas.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.