“Alimentação vai sofrer uma desaceleração importante, o que é uma ótima notícia”, afirma Moreira. “Não adianta ficar baixando a gasolina, que tem um impacto muito grande nas famílias de alta renda, enquanto o que pesa mesmo para as famílias de baixa renda, a maioria da população, é a alimentação em domicílio.”
O coordenador atribui a desaceleração do componente principalmente aos produtos in natura, diante de um alívio já esperado por fatores sazonais, mas avalia que ao olhar os industrializados, apesar de ainda existir um comportamento de elevação, alguns itens já começam a apresentar queda na ponta.
Moreira cita alívios de óleo de soja, carne suína e açúcar, e prevê queda em breve para o pão francês. “É preciso esperar para ver se é realmente uma tendência”, pondera.
Em relação ao leite, que apresenta peso grande no índice e continua subindo, o coordenador avalia que o item está chegando a um patamar máximo. “A ponta está em 2,03%, mas já chegou a ser de 24,0%. Ainda sobe de preço, mas em um ritmo muito menor, começando a estabilizar”, diz.
Considerando a melhora dos pastos, devido à mudança de estação climática, Moreira avalia que é possível que o item comece a inverter essa trajetória de alta e apresente queda a partir de meados de setembro.
O outro lado da história, segundo o coordenador, é a aceleração de alimentação fora do domicílio, impulsionada pelo aquecimento do setor de serviços.
Moreira prevê arrefecimento de Alimentação a 0,10% no fechamento de agosto. Após a deflação apurada pelo indicador na segunda quadrissemana do mês, o coordenador alterou a projeção para a inflação medida pelo IPC em agosto, de alta de 0,33% para 0,29%.