A Fitch espera alta do Produto Interno Bruto real do Japão de 1,7% em 2022 e de 1,3% em 2023, apoiado por uma política fiscal acomodatícia, recuperação do setor de serviços e melhora contínua dos gargalos nas cadeias de valor, que impactam a manufatura e as exportações. Ao mesmo tempo, a plena reabertura pós-covid, nível elevado de poupanças domésticas e lucratividade corporativa são outros fatores a darem suporte no curto prazo.
Sobre o perfil fiscal do atual primeiro-ministro, Fumio Kishida, a Fitch avalia que ele não representa uma mudança significativa do Abenomics – como ficou conhecida a política econômica do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, morto em julho deste ano.
O alto déficit fiscal do governo japonês também deve reduzir, de acordo com a Fitch, como já ocorreu no ano fiscal que terminou em março passado. Quanto à dívida, a agência prevê um “declínio modesto” a 247% do PIB ao fim do ano fiscal de 2021. Neste sentido, a política monetária ultra-acomodatícia do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) exerce papel positivo, diz.
“A estratégia monetária do banco central e o viés doméstico dos investidores do setor privado sustentam a capacidade de financiamento do governo”, argumenta a Fitch. O BoJ tem mantido juros negativos no Japão desde 2016 para estimular a inflação.