Sem medidas compensatórias, o déficit fiscal ficará em 7,8% do PIB em 2022 e aumentará para 8,8% em 2023, projeta, antes de diminuir para 7,2% em 2024. “As pressões de gastos permanecem fortes devido à alta inflação no curto prazo, por exemplo, através da indexação de benefícios e pensões, e também devido a fatores estruturais em áreas como educação, assistência social ou saúde”, avalia a Fitch.
A mudança na trajetória fiscal levará a dívida do governo geral a 109% do PIB até 2024, de uma estimativa de 101% em 2022, refletindo tanto déficits primários mais altos quanto perspectivas de crescimento mais fracas, afirma a agência. Os rendimentos dos títulos do governo aumentaram significativamente nos últimos meses, refletindo taxas de juros mais altas e incerteza quanto à estratégia fiscal, lembra.
O grande estímulo fiscal, anunciado sem medidas compensatórias ou uma avaliação independente do impacto macroeconômico e das finanças públicas, e a inconsistência entre a orientação da política fiscal e monetária diante de fortes pressões inflacionárias, na visão da Fitch, impactaram negativamente os mercados financeiros. Além disso, minou a confiança e a credibilidade da estrutura de política, uma força de classificação de longa data.