A análise de Georgieva é publicada nesta quarta-feira, 27, no blog do FMI, por ocasião do encontro de cúpula do G-20 neste fim de semana em Roma.
A diretora-gerente lembra que o FMI reduziu recentemente sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global, a 5,9%. “A perspectiva é incerta, e os riscos de baixa dominam”, nota. E menciona que a divergência entre ricos e pobres segue persistente, com nações em desenvolvimento muitas vezes em quadro “desesperador” de falta de imunizantes contra a covid-19.
Georgieva diz que o FMI defende medidas decididas dentro das próprias economias. Ela argumenta que a política monetária deve apoiar o quadro para além de fatores temporários que geram inflação, mas também que os bancos centrais devem estar prontos para agir caso as expectativas para os preços apresentem riscos. Políticas monetárias e fiscais bem calibradas podem gerar espaço para gastos com saúde e os mais vulneráveis, comenta.
Segundo ela, um pacote de medidas de curto e médio prazo poderia impulsionar o PIB real agregado do G-20 em US$ 4,9 trilhões até 2026.
O FMI recomenda que o G-20 destine cerca de US$ 20 trilhões a mais para enfrentar a covid-19, com foco nos países mais pobres e que conseguiram avançar menos na vacinação. Também pede que os mais ricos ajudem as nações mais pobres a equilibrar sua situação financeira, e pede que exista um compromisso com um “pacote abrangente para atingir emissão de carbono zero até meados do século”.