“Nós estamos conscientes que há um caminho se estreitando para evitar uma recessão nos EUA”, afirmou a autoridade, também destacando “a incerteza da situação atual”. A economia americana continua a se recuperar do choque da covid-19, mas há outros impactos, como a invasão da Rússia na Ucrânia e lockdowns por causa do vírus na China. “Outros choques negativos iriam, de modo inevitável, tornar a situação mais difícil.”
Georgieva destacou a forte recuperação dos EUA do choque da pandemia, com efeitos positivos diante do “apoio fiscal e monetário sem precedentes”. As tendências positivas na economia americana têm apoiado a retomada global, notou.
Por outro lado, a diretora-gerente do FMI também citou efeitos indesejados da retomada, sobretudo a aceleração “significativa” na inflação em salários e nos preços. “Essas pressões estão agora disseminadas e vão muito além de altas nos preços de energia e alimentos”, disse. Georgieva apontou que o combate à inflação é a prioridade número um das autoridades e que conversas dela com a secretária do Tesouro, Janet Yellen, e o presidente do Fed, Jerome Powell, não deixaram dúvida sobre o compromisso deles para combater a inflação.
Georgieva disse acreditar que o caminho já delineado pelo Fed para elevar logo os juros é “a política correta para reduzir a inflação”. “Nós também apoiamos a decisão do Fed de reduzir seu balanço”, complementou. “Em resumo, estamos confiantes de que o Fed será eficaz em reduzir a inflação, continuará a depender dos indicadores e, conforme as condições mudem, telegrafará com clareza para onde a política deve ir.”
A diretora-gerente também viu nas autoridades dos EUA em seus contatos um compromisso com um sistema de comércio internacional “aberto, transparente e baseado em regras”. Nesse contexto, ela disse que o FMI vê benefícios na retirada de tarifas introduzidas nos últimos cinco anos, sobretudo em um contexto atual de inflação elevada.