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Georgieva: aperto do Fed é correto para conter inflação, mas PIB perderá fôlego

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Estadão Conteúdos

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, declarou nesta sexta-feira, 24, apoio à estratégia do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) para elevar juros, a fim de conter a inflação, destacando que isso tem impacto não apenas para o país, mas para a economia global. Em declarações iniciais no início de entrevista coletiva sobre as conclusões do Fundo sobre os EUA, no âmbito do Artigo IV do regimento da instituição multilateral, Georgieva disse também que, diante da trajetória delineada pelo Fed e da esperada redução no déficit fiscal, a economia dos Estados Unidos deve desacelerar.

“Nós estamos conscientes que há um caminho se estreitando para evitar uma recessão nos EUA”, afirmou a autoridade, também destacando “a incerteza da situação atual”. A economia americana continua a se recuperar do choque da covid-19, mas há outros impactos, como a invasão da Rússia na Ucrânia e lockdowns por causa do vírus na China. “Outros choques negativos iriam, de modo inevitável, tornar a situação mais difícil.”

Georgieva destacou a forte recuperação dos EUA do choque da pandemia, com efeitos positivos diante do “apoio fiscal e monetário sem precedentes”. As tendências positivas na economia americana têm apoiado a retomada global, notou.

Por outro lado, a diretora-gerente do FMI também citou efeitos indesejados da retomada, sobretudo a aceleração “significativa” na inflação em salários e nos preços. “Essas pressões estão agora disseminadas e vão muito além de altas nos preços de energia e alimentos”, disse. Georgieva apontou que o combate à inflação é a prioridade número um das autoridades e que conversas dela com a secretária do Tesouro, Janet Yellen, e o presidente do Fed, Jerome Powell, não deixaram dúvida sobre o compromisso deles para combater a inflação.

Georgieva disse acreditar que o caminho já delineado pelo Fed para elevar logo os juros é “a política correta para reduzir a inflação”. “Nós também apoiamos a decisão do Fed de reduzir seu balanço”, complementou. “Em resumo, estamos confiantes de que o Fed será eficaz em reduzir a inflação, continuará a depender dos indicadores e, conforme as condições mudem, telegrafará com clareza para onde a política deve ir.”

A diretora-gerente também viu nas autoridades dos EUA em seus contatos um compromisso com um sistema de comércio internacional “aberto, transparente e baseado em regras”. Nesse contexto, ela disse que o FMI vê benefícios na retirada de tarifas introduzidas nos últimos cinco anos, sobretudo em um contexto atual de inflação elevada.