Entre outubro e dezembro de 2021, o Ebitda ajustado da empresa de tecnologia ficou negativo em R$ 10,4 milhões, também uma piora em relação à perda de R$ 2,6 milhões divulgados no último trimestre de 2020.
A companhia atribui o número aos investimentos no crescimento e no desenvolvimento das estruturas. O CEO da companhia, Eduardo L’Hotellier, explica que esses custos já estavam previstos na tese da oferta pública inicial de ações, promovido em maio do ano passado, quando a empresa levantou R$ 554 milhões. “Desde o IPO, passamos a ter um financeiro muito mais parrudo, aumentamos o time de tecnologia e investimos forte em marketing para consolidar a nossa marca”, disse o executivo em entrevista ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Esse cenário impactou também os números anuais. Entre janeiro e dezembro de 2021, o prejuízo líquido chegou a R$ 41 milhões depois de reportar uma perda próxima de R$ 900 mil um ano antes. O Ebitda, por sua vez, ficou negativo em R$ 48,8 milhões no ano ante R$ 195 mil também negativos em 2020.
As despesas comerciais subiram 306% no quarto trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 12,2 milhões. No ano, o crescimento foi de 240%, chegando a R$ 62,1 milhões no acumulado. Já as despesas gerais e administrativas saltaram 95% nos últimos três meses de 2021, para R$ 14,6 milhões. No ano, chegaram a R$ 47,3 milhões, alta anual de 128%.
L’Hotellier destaca que apesar das quedas na comparação anual, a empresa vem esboçando uma reação na base trimestral. Nos últimos três meses do ano, o Ebitda melhorou 25% ante o terceiro trimestre e o lucro líquido, 35%. Houve também uma redução de 19% na variação negativa de caixa. “Esperamos continuar melhorando essa relação nos próximos trimestres”, segundo o release de resultados.
A receita líquida do GetNinjas foi de R$ 15,3 milhões no quarto trimestre, avanço anual de 59%. No ano, a cifra atingiu o recorde de R$ 62,4 milhões, crescimento de 49% em relação ao acumulado de 2020. O GMV (volume bruto de mercadoria) atingiu R$ 1,5 bilhão em 2021, 54% acima do reportado um ano antes.
Profissionais e solicitações
A plataforma fechou o ano passado com 4 milhões de profissionais cadastrados, sendo 1,8 milhão de novos em 2021 e 269 mil no quarto trimestre do ano passado.
No acumulado do ano, recebeu mais de 5,2 milhões de solicitações de serviço enviadas por clientes, alta anual de 24%. A empresa ressalta o crescimento na recorrência à medida que mais da metade deles já fez outras solicitações na plataforma.