O motivo é a falta de semicondutores, problema que continua afetando a indústria automobilística do mundo todo desde o fim do ano passado e que tende a se manter pelo menos até metade de 2022.
A dispensa dos funcionários deve durar de dois a cinco meses, diz o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. A GM informa estar discutindo com o sindicato alternativas para mitigar o impacto e proteger os empregos.
Só na produção da S10 há 2,2 mil trabalhadores. Ao todo, a fábrica, que também produz o SUV Trailblazer e motores, emprega 3,8 mil funcionários.
A GM é a quarta montadora, nas últimas semanas, a adotar o lay-off por causa da falta de chips. Antes, a fábrica de Gravataí (RS) ficou fechada por quase cinco meses, e a de São Caetano (SP) por dois meses.
A Volkswagen vai dispensar temporariamente 1,5 mil trabalhadores da unidade Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP), a partir de 1.º de novembro, também por dois a cinco meses. Nesse período, a fábrica terá apenas um turno. A empresa já tem outros 450 trabalhadores afastados por esse sistema desde o início da pandemia.
A Fiat adotou a suspensão de contratos para 1,8 mil operários de Betim (MG) por 90 dias, a partir deste mês. Já a Renault colocou em lay-off 300 funcionários da fábrica de São José dos Pinhais (PR). A medida vale por cinco meses e teve início no fim de setembro.
A Renault abriu ainda um programa de demissão voluntária (PDV) para 250 pessoas, mesma opção da Honda em Sumaré e Itirapina (SP), mas não divulgou meta de adesão.
CRISE
Em nota divulgada na tarde desta segunda, 25, a GM afirma que a cadeia de suprimentos da indústria automotiva tem sido impactada globalmente pelas paradas de produção durante a pandemia e pela recuperação do mercado mais rápida do que o esperado.
“Isso vai afetar de forma temporária nosso cronograma de produção na fábrica de São José dos Campos e teremos de reduzir a produção para um turno”, informa a empresa. Hoje, a empresa apresenta uma nova versão da S10, off-road.
O sindicato realiza assembleia com os trabalhadores na manhã de hoje para discutir o tema. Amanhã haverá novo encontro com a empresa, que trará as condições do lay-off.
“Para o sindicato, qualquer medida tem de estar cercada de proteção ao emprego e aos direitos dos trabalhadores. Vamos discutir isso na assembleia”, diz o vice-presidente da entidade, Valmir Mariano.
Consultorias preveem que entre 7 milhões a 9 milhões de veículos deixarão de ser produzidos globalmente em razão da crise dos chips. No Brasil, a perda deve ser de 280 mil unidades, segundo a Anfavea, a associação das fabricantes.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.