Na nota técnica, assinada por Vilma Pinto, Felipe Salto e Daniel Couri, a IFI, que é vinculada ao Senado, estima que 90% da arrecadação do IPI em 2021 foi contemplada com redução de 25% na alíquota. Para a maior parte dos produtos, a redução foi de 25%. Alguns tipos de automóveis tiveram redução menor na alíquota, de 18,5%. Produtos que contenham tabaco não tiveram redução do imposto. O IPI fumo, que não foi reduzido, representou somente 7% da arrecadação do imposto em 2021.
A IFI lembra na nota técnica que o IPI é um tributo compartilhado com Estados e municípios. No cenário base, de março a dezembro, o impacto para os Estados teria sido de R$ 4,6 bilhões e, para os municípios, de R$ 4,3 bilhões e para os fundos regionais, de R$ 0,5 bilhão.
Em relação aos efeitos macroeconômicos da medida, a IFI apontou que ainda precisam ser feitos mais estudos. “Sabe-se que medidas de redução de impostos podem estimular os setores beneficiados. Há ainda que ponderar efeitos negativos, do ponto de vista da atividade econômica, em razão da mudança de preços relativos gerada pela desoneração à indústria, apenas, e não ao setor de serviços, por exemplo”, diz o órgão.
Compensações
Apesar de o IPI não demandar compensação nos termos da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), a IFI aponta que “os impactos estimados são relevantes” e, na ausência de medidas compensatórias, vão afetar o déficit e a dívida pública. “Isto é, prejudicariam o próprio efeito positivo eventualmente produzido pelo estímulo decorrente da medida do IPI sobre a atividade econômica.”
Quando publicou o decreto, o governo justificou a renúncia tributária dizendo que a arrecadação federal em janeiro de 2022 somou R$ 235,3 bilhões, sendo volume recorde que representa 18,30% de aumento em relação ao mesmo mês do ano passado, já descontada a inflação do período.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.