“Enquanto na Europa predomina os programas de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e nos Estados Unidos, os de venture capital, por aqui vemos um avanço expressivo do open innovation com startup”, diz Bruno Rondani, CEO e fundador da 100 Open Startup.
Desde 2016, quando o primeiro Ranking 100 Open Corps foi lançado, a intensidade das negociações cresceu 94 vezes, com destaque para os setores de bens de consumo e alimentação, construção e imobiliário e serviços financeiros. O ranking é baseado na pontuação dada às interações entre empresas e startups.
O resultado de 2022 traz a Ambev na liderança pelo segundo ano consecutivo.
“Estamos cada vez mais próximos das startups”, diz o diretor de tecnologia da gigante de bebidas, Eduardo Horai. Segundo ele, a empresa fez 573 interações de negócios com 340 startups, o que representa um crescimento de 65% em relação a 2021.
O executivo destaca o lançamento do Bees Bank, uma fintech para atender cerca de 1 milhão de pontos de venda no País. Outro negócio importante é a Lemon Energia – uma startup que ajuda bares e restaurantes a reduzir a conta de luz e a consumir energia renovável. “Isso sem contar o Zé Delivery, que ‘bombou’ durante a pandemia”, diz Horai. Só em 2021, o aplicativo, que tem quatro milhões de usuários ativos por mês, chegou a 300 cidades e fez mais de 61 milhões de entregas.
DISPARADA
Uma empresa que surpreendeu no ranking deste ano foi a Suzano, maior produtora de celulose do mundo, que subiu nove posições e ficou em segundo lugar entre as companhias com maior engajamento com startups. Neste ano, foram 369 conexões, 275 startups em pitch day e mais de 75 projetos em andamento, diz o gerente executivo Digital da Suzano, Jefferson Ticianelli. “Acreditamos nesse modelo e tivemos um retorno de R$ 30 milhões.” Antes de qualquer operação, diz ele, há sempre a pergunta: “Temos uma solução para esse problema dentro de casa? Se a resposta é não, vamos procurar fora”.
Na área industrial, há processos manuais que estão sendo substituídos por sensores que melhoram a qualidade da informação e dá mais segurança na operação. O objetivo, diz Ticianelli, é desburocratizar o processo. E boa parte desse trabalho tem sido feito em parceria com empresas de tecnologia.
A inovação aberta tem um caminho de forte crescimento no Brasil. Nos últimos anos, as empresas entenderam que, se ficassem fechadas em seus ambientes, teriam mais dificuldades para inovar e poderiam perder competitividade.
Normalmente, o tempo e o dinheiro gastos dentro dos centros de pesquisa das empresas são maiores quando comparados à exploração do ecossistema de startups.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.