“Quando falamos de crescimento, falamos de educação, tecnologia, novos investimentos, marcos regulatórios novos. Estamos só começando esse trabalho. Mas acredito em uma velocidade de cruzeiro de 3,5% a 4% se tivermos essa sequência desobstruída”, afirmou o ministro, em participação no Itaú Macro Vision 2021.
Para 2022, Guedes repetiu ter confiança no crescimento da economia brasileira, ainda que em ritmo menor. “Deve haver uma desaceleração, é normal quando estamos vindo do fundo do poço. Os juros sobem um pouco agora no combate à inflação. Mas estamos falando de uma desaceleração de uma retomada”, comentou.
Reformas
Ele reafirmou que o governo acredita na aprovação da reforma administrativa até o fim deste ano. “Eu prefiro trabalhar forte. O fiscal está forte, estamos lutando sempre. Estamos em democracia, às vezes a gente perde a batalha. Você não consegue fazer tudo que quer, as reformas saem 70% ou 80%”, completou.
Inflação
O ministro disse ainda que o governo está de olho na inflação e na redução de tarifas para setores específicos. “A ruptura de cadeias produtivas aconteceu em países mais avançados. Aqui a ruptura foi menor”, reiterou.
EUA
Paulo Guedes afirmou também que a inflação vai “surgir com toda a sua força” nos Estados Unidos. “Vamos ver Bancos Centrais do mundo passando aperto lá fora, o nosso aqui também. Está todo mundo junto nessa. Todo mundo ajudou a dar o empurrão e todo mundo vai ter que recuar”, comentou.
Mais uma vez, Guedes argumentou que, diferentemente de outros países, o Brasil tem dinâmica de investimento em alta. “O juro vai subir desacelerando um pouco o crescimento. É diferente do problema deles (EUA), que estão sem dinâmica de crescimento. O tempo vai dizer”, completou.
O ministro disse ver com “complexidade” o ambiente externo, com problemas sérios. “Se fizermos uma transição rápida para a economia verde, explode as cadeias produtivas, porque ainda não há energia suficiente. Chamam até de inflação verde”, completou. “A notícia ruim é que o ambiente não vai melhorar lá fora, vai piorar”, concluiu.