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Guedes volta a prometer nova rodada de redução do IPI

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Estadão Conteúdos

O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a prometer nesta quarta-feira, 27, uma nova rodada de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Em fevereiro, o governo reduziu de maneira linear as alíquotas do tributo industrial em 25% para todos os produtos, com exceção dos cigarros. “Baixamos o IPI em 25% e vamos para mais uma rodada, baixando as alíquotas em até 35%. Face o nosso controle de gastos, estamos transformando aumento inesperado de arrecadação em redução de alíquotas. O governo vai devolver o excesso de arrecadação reduzindo os impostos”, repetiu, em participação virtual na abertura do Seminário Diagnóstico do Contencioso Tributário Administrativo promovido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pela Receita Federal.

Mais uma vez, Guedes reclamou do volume trilionário do contencioso tributário brasileiro, além da grande quantidade de desonerações e subsídios que beneficiam apenas alguns poucos setores.

“Há algo de profundamente disfuncional, equivocado e distorcido com o sistema tributário. Quem tem poder político, tem lobby em Brasília, consegue se isentar de impostos. Vem aqui e obtém favores. De outro lado, quem tem poder econômico procrastina o pagamento, enfrenta a Receita, vão para a Justiça e ficam 15, 20 anos sem pagar”, repetiu o ministro.

Ele reiterou nesta quarta-feira que o Brasil deve insistir na reforma tributária para se posicionar corretamente para ocupar espaços na reconfiguração das cadeias produtivas globais. Afirmou que os grandes grupos industriais devem buscar regiões próximas do Ocidente, sobretudo em países confiáveis que sigam as “regras do jogo” e sejam geopoliticamente estáveis e previsíveis.

“O Brasil está perto e o Brasil é confiável. A reconfiguração das cadeias produtivas globais tem no Brasil uma grande oportunidade. Por coincidência, já estávamos abrindo toda a nossa fronteira em investimentos, em gás natural, petróleo, alimentos, energia elétrica, mineração, cabotagem e telecomunicações (5G)”, afirmou o ministro da Economia.

Entre os exemplos citados por Guedes, ele avaliou que os semicondutores produzidos na Ásia serão produzidos agora em regiões mais próximas do Ocidente. “O Brasil é candidato”, enfatizou. “Quando começávamos a nos recuperar da pandemia, fomos atingidos por invasão da Ucrânia pela Rússia, outra crise de proporções mundiais. Essas duas crises nos colocam em momento histórico de ruptura nas cadeias produtivas globais, que deu início a uma reconfiguração das cadeias produtivas globais”, repetiu.