Grisi entrou no Grupo em 2015, como CEO do Santander mexicano. Desde 2019, ele é o responsável pelas operações do banco na América do Norte, o que inclui o Santander US, dos Estados Unidos. No ano passado, a filial americana foi a responsável pelo maior lucro do Grupo, em euros, em todo o mundo, tomando um posto que tradicionalmente é ocupado pelo Santander Brasil.
O Santander México, por sua vez, teve a maior rentabilidade do conglomerado no primeiro trimestre deste ano, com retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) de 31%. Antes de atuar no Santander, Grisi esteve por 18 anos no Credit Suisse, e passou também pelo Banco Mexicano.
Em linha com mudanças na estrutura administrativa do Grupo, anunciadas em fevereiro, o novo CEO se reportará diretamente ao conselho, e vai supervisionar as operações de todos os países, regiões e também todos os negócios globais. “A nomeação foi feita após um rigoroso processo de avaliação liderado pelo Comitê de Nomeação”, afirma o Santander.
Álvarez, que deixará o cargo em janeiro, está no Santander desde 2002. Em 2004, foi nomeado CFO, e em janeiro de 2015 assumiu o posto de CEO. Após a transição para Grisi, ele permanecerá no conselho como vice não-executivo.
“Sou muito grata a José Antonio pela excepcional contribuição que ele deu ao banco ao longo dos últimos 20 anos”, afirma Ana Botín, em comunicado à imprensa. “Sua liderança e dedicação foram centrais para o crescimento e o sucesso do Santander.”
De acordo com ela, Grisi será um “sucessor excepcional” ao atual CEO. “Ele (Grisi) traz décadas de experiência e um profundo conhecimento de nossos mercados e negócios, e uma habilidade comprovada de liderar de forma colaborativa e criar valor tanto para os clientes quanto para os acionistas”, afirma a executiva.
“Eu acredito firmemente que a escala, diversificação e o foco no consumidor do Santander criam oportunidades de crescimento que são difíceis de replicar por outros grupos”, diz Grisi, no mesmo comunicado. “Estou animado para trabalhar e não tenho dúvida de que temos a estratégia, o modelo e acima de tudo, o time para criar valor para todas as nossas partes interessadas e cumprir nosso potencial.”
Ana destaca ainda o histórico de Grisi no Grupo. “Seu histórico como CEO do Santander Mexico e como head na América do Norte fala por si, e ilustra por quê nós acreditamos que ele é a pessoa certa para liderar o banco na próxima fase de nossa transformação e crescimento.”
Bruce Carnegie Brown, líder do comitê de nomeação do banco, acrescenta que Grisi tem um “foco implacável” no consumidor, liderança comprovada em meio a transformações e um forte histórico na entrega de crescimento e rentabilidade. “O comitê de nomeações trabalhou intensamente para identificar e analisar um amplo leque de candidatos internos e externos para o posto de CEO, com o auxílio de consultores externos”, afirma.
Gestão de Álvarez
O Santander ressalta que durante a gestão de Álvarez, o retorno do grupo saiu de 11% para 14%, e o capital de nível 1 aumentou de 8% para 12%. As receitas aumentaram mais de 35% em euros recorrentes, e o banco ganhou cerca de 40 milhões de clientes. Em março, o Santander somava 155 milhões de clientes em todo o mundo.
“Tem sido uma honra fazer parte do time do Santander nas últimas duas décadas. O Santander é uma organização realmente excepcional, e eu sempre serei grato aos muitos colegas e amigos com quem trabalhei”, pontua o executivo. “Me sinto extremamente orgulhoso do que atingimos juntos, e estou confiante de que sob a lideração de Ana e de Héctor, a organização vai continuar em frente, mais e mais forte.”
Álvarez já é vice-presidente do conselho do banco, cargo que seguirá ocupando. O órgão conta ainda com outros nomes do Grupo, entre eles Sérgio Rial, ex-CEO e atual presidente do conselho do Santander Brasil.
Um dos membros atuais, Martín Chávez, deixará o órgão em 1º de julho deste ano. Ele continuará no comitê de consultoria do Santander International, e no conselho da PagoNxt, unidade de pagamentos do conglomerado que hoje, controla a Getnet.