Segundo Macedo, mesmo nos quatro meses de altas na produção industrial, as dificuldades estavam presentes. Tanto que a alta acumulada até maio, de 1,8%, foi insuficiente para recuperar o nível da atividade da queda de 1,9% registrada em janeiro ante dezembro de 2021.
Com a queda de junho, a produção industrial ficou 1,5% abaixo do nível registrado em fevereiro de 2020, antes da pandemia de covid-19 se abater sobre a economia. Na comparação com o pico da série histórica da PIM-PF, a produção industrial está 18% inferior.
As dificuldades citadas por Macedo incluem tanto restrições de oferta quanto de demanda. No lado da oferta, o pesquisador do IBGE citou a dificuldade na obtenção de matérias-primas. No lado da demanda doméstica, Macedo lembrou que a inflação elevada restringe o consumo das famílias, enquanto a elevação das taxas de juros encarecem o crédito.
“O mercado de trabalho, embora mostre recuperação, permanece com 10 milhões de desempregados e precarização nas condições de emprego. A massa de rendimentos tampouco mostra avanço”, afirmou Macedo, lembrando que essas dificuldades vêm afetando a indústria ao longo dos últimos meses, mesmo no período de alta.
Maquinário
A produção de maquinário para a indústria foi a atividade que mais pesou sobre a queda de 1,5% na produção de bens de capital em junho ante maio, segundo André Macedo. De acordo com o gerente do IBGE, a produção de caminhões também teve desempenho negativo. A única exceção foi a produção de maquinário para a agropecuária.