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Ibovespa interrompe série positiva, em baixa de 0,58%, a 112.180,48 pontos

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Estadão Conteúdos

Vindo de alta de 2% na sexta-feira, 8, e de uma série de quatro sessões sem recuos, o Ibovespa perdeu força na tarde desta segunda, 11, e virou para o negativo, em linha com a pressão sobre o dólar e as ações de bancos, enquanto, em Nova York, os índices de referência também devolviam os ganhos vistos pela manhã no feriado pelo Dia de Colombo nos Estados Unidos, em que os negócios com ações prosseguem, embora com liquidez menor.

Ao final, o índice da B3 mostrava baixa de 0,58%, aos 112.180,48 pontos. O giro financeiro ficou em R$ 28,8 bilhões nesta segunda-feira. No mês, o Ibovespa tem leve recuperação de 1,08%, limitando as perdas do ano a 5,74%.

Apesar do ajuste negativo nesta véspera de feriado no Brasil, com mercados abertos lá fora amanhã, o Ibovespa, aos 112.051,76 pontos no piso de hoje, operou bem acima das mínimas das nove sessões anteriores, quando oscilou na faixa de 108 a 110 mil pontos nos piores momentos dos respectivos dias. Hoje, foi abaixo da mínima do último dia 27, quando havia chegado aos 112.360,24 pontos no intradia. Na máxima desta segunda-feira (113.981,60), voltou a flertar com os 114 mil pontos, marca rompida durante a sexta-feira pela primeira vez desde a mesma sessão de 27, mas que não tem alcançado no fechamento desde 23 de setembro.

“A Bolsa veio de uma sexta-feira de boa recuperação para o Ibovespa, apesar da inflação alta, pelo IPCA, mas abaixo da expectativa de consenso. Hoje, com liquidez mais fraca também nos Estados Unidos, natural a acomodação: na quarta-feira, logo depois do feriado, há vencimento de contratos futuros do índice Bovespa, o que deve dar uma mexida no mercado, e na sexta-feira há também o vencimento de opções sobre ações na B3”, diz Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos.

A Ativa Investimentos revisou as projeções para o IPCA de 2021 e 2022: para o mês de outubro saiu de 0,66% para 0,84% e, no ano de 2021, a projeção passou de 8,7% para 8,9%. “O destaque ficou para as coletas de veículos, novos e usados, que apontam para um patamar mais elevado do que o esperado anteriormente”, diz em nota Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa. Dessa forma, a corretora elevou a perspectiva para 2022, de 3,8% para 3,9%, por inércia.

Com liquidez também reduzida no mercado de câmbio nesta véspera de feriado, o dólar à vista foi negociado hoje perto de R$ 5,54 na máxima do dia, a R$ 5,5396, o que contribuiu, assim como a virada em Nova York, para a perda de força do Ibovespa ao longo da tarde, com as ações do setor financeiro, segmento de maior peso no índice, no negativo (Santander -3,10%, Bradesco PN -1,82%, Itaú PN -1,74%), neutralizando o dinamismo conferido por commodities, especialmente Vale ON (+2,22%) e, em menor grau, siderurgia, com o salto de cerca de 9,5% no preço do minério de ferro em Qingdao, China, a US$ 135 por tonelada.

Em linha com o movimento das ações dos bancos listados em Nova York, o setor financeiro recuou em bloco na B3, realizando os lucros da sexta-feira. “Os bancos perfomaram muito bem na semana passada e agora estão praticamente zerados nas perdas no mês. Ainda permanece a expectativa de uma migração do consumo de produtos para o consumo de serviços”, aponta Julia Monteiro, analista da MyCap.

O petróleo fechou em alta acima de 1% no mercado futuro, com o WTI, a referência americana, acima de US$ 80 por barril no fechamento pela primeira vez desde 2014, assim como o Brent ainda impulsionado pela leitura de que a oferta está apertada diante da recuperação da demanda global pela commodity, o que não foi o suficiente para dar suporte a ambas ações de Petrobras (ON -0,07%, PN +0,69%) no encerramento da sessão.

Na ponta positiva do Ibovespa nesta segunda-feira, destaque para Pão de Açúcar (+5,28%), à frente de Embraer (+4,89%) e de Cemig (+3,18%). No lado oposto, Banco Inter (Unit -10,22%, PN -9,82%), Banco Pan (-8,07%), Petz (-6,03%) e BTG Pactual (-5,75%).