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Ibovespa segue otimismo externo e volta a subir, mas com menor força, em ajuste

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Estadão Conteúdos

A busca por ativos de risco no exterior permite nesta terça-feira nova valorização do Ibovespa, que na segunda-feira fechou ao maior nível desde abril (116.134,46 pontos, em alta de 5,54%). Com bolsas avançando, petróleo e minério subindo, além de dólar e juros em queda, o índice Bovespa testou pode testar novas marcas.

“Passamos ontem pelos 114 mil pontos, que era uma zona de resistência, indo para os 116 mil pontos. Agora, o campo está aberto para tentar buscar os 121 mil pontos”, avalia o economista Álvaro Bandeira, em comentário matinal. No entanto, os ganhos aqui são menos expressivos do que os vistos no exterior, em uma espécie de correção.

“Apesar de estar subindo bem, é inferior à alta expressiva de ontem Ibovespa. O comportamento foi bem atípico. Dólar em queda, curva de juros fechando e Bolsa em alta, tudo por um mesmo motivo, em meio à sensação de previsibilidade no ano que vem após o primeiro turno das eleições”, analisa Leonardo Neves, especialista em renda variável.

Lá fora, expectativas de posturas menos agressivas em decisões de política monetária por grandes de alguns bancos centrais estimulam novos ganhos nos mercados de ações. Após dados fraco da manufatura americana, informados ontem, hoje saíram outros indicadores. A abertura de postos de trabalho nos Estados Unidos caiu a 10,053 milhões em agosto. Já as encomendas à indústria no país ficaram estáveis em agosto ante julho, em US$ 548,4 bilhões. Os números sugerem um Fed menos duro nas próximas reuniões de política monetária.

“O Jolts dado de emprego dos EUA veio em linha com desaceleração, e isto parece que é mais um dado para dar suporte à ideia de que o Fed vai ser menos duro”, avalia Bruno Takeo, analista da Ouro Preto Investimentos.

Aliás, ficam no radar falas de uma série de dirigentes do BC americano, que no mês passado elevou suas taxas básicas em 75 pontos-base pela terceira vez seguida. Por lá também saem as encomendas à indústria americanas de agosto. Já a presidente do BCE, Christine Lagarde, participa de evento ao meio-dia, no Chipre.

“Desde ontem, investidores vêm reagindo positivamente à desistência de autoridades do Reino Unido em promover isenções tributárias sobre a renda, decisão que havia agitado os mercados ao longo das últimas duas semanas”, destaca em nota o Bradesco.

Entre os motivadores da valorização das bolsas estão a alta do petróleo no exterior, que segue avançando com expectativas de que a Opep+ corte sua produção nesta semana. Além disso, o banco central australiano subiu menos os juros do que o esperado – em 0,25 ponto porcentual, para 2,60% ao ano.

Apesar de dados de inflação ainda elevados, a expectativa é que autoridades monetárias poderão moderar o ritmo de alta dos juros, a fim de se evitar uma recessão mundial, ou ao menos com potência mais baixa.

A alta de ontem do Ibovespa foi impulsiona pelo rali em Wall Street, mas também por conta da percepção de reforço da agenda liberal após a disputa eleitoral para presidente ir para o segundo turno, mostrando força do bolsonarismo. A análise é de que um Congresso eleito com um perfil mais à direita tende a facilitar o andamento de reformas.

Agora, o mercado vai monitorar os apoios políticos aos candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), no sentido de ver quais direções seguirão em termos da política.

Na avaliação de Takeo, da Ouro Preto, principalmente a alta externa parece “irracional, é um bear market Rally um rali do mercado de baixa. Depois vem com tudo de baixa”, estima, explicando que por mais que o ISM dos EUA, informado ontem, tenha levado à avaliação de atividade desacelerando, sugerindo um Fed mais leve, “a inflação não fala isso”, segue pressionada, e nada mudou.

Às 11h22, o Ibovespa subia 0,78%,a os 117.039,93 pontos, após alta de 1,85%, com máxima intradia de 118.280,11 pontos, e abertura aos 116.147,46 pontos (alta de 0,01%).