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Ibovespa tem instabilidade a 101 mil pontos com piora de NY; commodities aliviam

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Estadão Conteúdos

O Ibovespa passa por instabilidade na manhã desta quinta-feira, 28, mas tem desempenho de menos deterioração do que as bolsas americanas, dada a elevação de ações de commodities. Após alta, os mercados de ações dos Estados Unidos migraram para o negativo, com investidores avaliando o recuo inesperado do PIB do país no segundo trimestre.

“De certa maneira, o mercado ficou um pouco mais aliviado com a alta de 0,75 ponto do juro americano, em linha com o esperado, ontem, e com sinais do Fed de que não irá precisar mais ajustar tanto as taxas”, avalia André Luzbel, head de renda variável da SVN Investimentos. Nesta quarta-feira, as bolsas americanas tiveram ganhos firmes e hoje realizam lucros na esteira do PIB e de alguns balanços.

“É natural alguns repiques. Há ‘n’ variáveis, e o mercado está muito sensível. A volatilidade deve se manter pelo menos nos próximos 30, 45 dias”, estima Luzbel. Às 11h04, o Ibovespa cedia 0,02%, aos 101.413,16 pontos, ante mínima diária aos 101.266,79 pontos (-0,17%) e máxima aos 102.214,84 pontos (alta de 0,77%). Petrobras subia 0,70% (PN) e 0,35%) e Vale, 0,43%, ambas divulgam balanços após o fechamento da B3.

Para Jayme Carvalho, economista e planejador financeiro pela Planejar, o índice Bovespa está frágil, oscilando muito na “ciranda” externa. “Acho difícil descolar”. Apesar do resultado pior do que o esperado do PIB americano anualizado, ele pondera que ainda é cedo para tirar qualquer conclusão a respeito do dado. “A primeira figura é ruim. Aparentemente, estamos em um dia com indicadores piores do que os vistos ontem. Porém, é preciso aguardar”, diz.

Na visão de Carvalho, o Fed sugere preferir não optar por uma recessão. “Em última instância, indica juros menores”, afirma. A probabilidade de um aumento de 50 pontos-base (pb) na taxa Fed Funds pelo Federal Reserve (Fed) em setembro subiu a 80%, de acordo com monitoramento do CME Group.

Internamente, sairão balanços das duas principais estrela do Ibovespa – Vale e Petrobras -, só que depois do fechamento da B3. Antes, tem Caged, com indicação de desaceleração nas vagas criadas para 234 mil postos em junho (de 277.018 vagas em maio), e Governo Central. Lá, fora, além do PIB americano, saiu uma série de balanços e, após o encerramento dos mercados, sairão os resultados trimestrais de “gig techs”, como Apple, Amazon e Intel. Na quarta, depois que Nova York havia fechado, foi informado o balanço da Meta Platforms (Facebook), que divulgou balanço pior do que o esperado.

Contudo, a forte valorização de commodities como o petróleo e o minério de ferro atenuam o vês negativo do Ibovespa, bem como alguns balanços já informados. Neste sentido, a promessa da China em perseguir os melhores resultados possíveis para a economia do país e de que o BC chinês busca resgate de US$ 148 bilhões para projetos imobiliários também podem ser gatilho para alta. Além disso, o alívio no IGP-M em julho, para 0,21% (de 0,59%), fica no foco das atenções.

Eventual alívio do indicador em ações ligadas a consumo tende a ser pontual, dadas as perspectivas de aceleração da inflação em 2023. “Ressaltamos que mantemos nossa percepção de que os preços devem permanecer em patamares estruturalmente elevados devido à oferta global apertada e aos riscos sobre a produção do próximo ciclo, a despeito das correções e de bastante volatilidade na ponta”, avalia a equipe de Macro & Estratégia do BTG Pactual.

Na avaliação de Rachel de Sá, chefe de economia da Rico Investimentos, o bom humor da véspera não deve se sustentar, pois o cenário atual segue permeado de incertezas, tanto no palco internacional, quanto doméstico. Aqui no Brasil, destaca o risco fiscal.

Ainda fica no radar dos investidores uma série de resultados trimestrais corporativos do exterior e do Brasil. Por aqui, vale acompanhar os números do Santander Brasil, Suzano, Gol, EDP, GPA, Ambev e Assai.

Às 11h20 desta quinta-feira, o Ibovespa cedia 0,28%, aos 101.154,91 pontos, na mínima diária, ante máxima aos 102.214,84 pontos (alta de 0,77%) e abertura aos 101.436,76 pontos (variação zero). Petrobras subia 0,70% (PN) e 0,21%(ON) e Vale, 0,13%.