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Ibovespa tenta seguir recuperação externa, mas tem instabilidade

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Estadão Conteúdos

Instabilidade marca o começo do pregão do Ibovespa nesta quinta-feira, após seis pregões seguidos de valorização, com o índice pendendo ao negativo, na contramão da abertura em alta discreta de Nova York. Já o dólar cai de forma moderada ante o real para a faixa de R$ 4,815. Investidores avaliam o comunicado com sinais duros da Organização do Tratado do Atlântico (Otan), reunida em Bruxelas, sobre a guerra russo-ucraniana.

Por ora, a Otan diz que o conflito destruiu a paz na Europa. Em comunicado, pediu que a China promova resolução pacífica do conflito e disse que aumentará a preparação contra ameaças químicas e nucleares.

“Investidores esperam vários dados divulgação e eventos. Um deles é a viagem de Biden a Bruxelas, que debaterá a crise na Ucrânia e possivelmente anunciará sanções”, avalia Leonardo Santana, especialista em ações da Top Gain.

A valorização nas bolsas de Nova York vem após queda da véspera, o que pode fazer com que o índice Bovespa retome os 118 mil pontos registrados durante o dia de ontem (fechou aos 117.457,34 pontos, alta de 0,16%). Porém, a elevação é modesta, dadas as continuadas preocupações dos investidores especialmente em relação aos efeitos inflacionários da guerra no Leste Europeu, que segue sem indícios de fim. Ao mesmo tempo, a instabilidade nas cotações do petróleo reforça um ambiente volátil na Bolsa brasileira, apesar da nova valorização do minério de ferro na China. Na Europa, as bolsas têm indefinição.

A falta de direção dos mercados reflete informações em sentidos opostos, resume o economista-chefe do BV, Roberto Padovani, em comentário matinal a clientes e à imprensa. “Preocupação com Ucrânia e inflação global”, cita.

Por isso, investidores ficarão atentos ao desenrolar da viagem do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a Bruxelas, que debaterá o tema bélico, na esperança de algum alívio nesta seara. Além do encontro na Otan, serão realizadas hoje na capital belga uma cúpula do G7. Ficam ainda no radar comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) previstos para hoje e os dados de atividade americanos. As encomendas de bens duráveis cederam 2,2% em fevereiro ante janeiro (previsão de -1%), enquanto os pedidos de auxílio-desemprego dos EUA caíram 28 mil, a 187 na semana, ante projeção de 210 mil.

Aliás, o tema inflação é acompanhado com afinco também no Brasil, podendo refletir principalmente em papéis ligados ao consumo. Além da espera das palavras do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, há pouco, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), reforçou a preocupação do Banco Central (BC) com efeitos inflacionários da guerra russo-ucraniana sobre os preços por aqui. Conforme o BC, o petróleo é substancial fonte de incerteza para a projeção de inflação deste ano e o grau de repasse de preços da commodity pode ser superior a 50%.

Em análise preliminar, o documento veio sem novidades, diz Padovani. Conforme ressalta, no RTI o Banco Central apresenta vários sinais possíveis e sugere uma trajetória de alta de um ponto porcentual na Selic em maio. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) subiu o juro básico de 10,75% para 11,75% ao ano.

Às 10h57, o Ibovespa subia 0,31%, na máxima, aos 117.818,13 pontos.