Agora em agosto, setembro e dezembro, o IBP prevê saldo positivo, com volume de combustível produzido no País e importado acima do consumo. Em outubro, esses volumes devem empatar, informa o instituto.
Trata-se de uma melhora na comparação com as previsões anteriores, publicadas em boletim de 8 de agosto, quando o IBP previa déficits maiores em três meses até o fim do ano (setembro, novembro e dezembro). Ainda naquele cenário, as reservas operacionais de produtores e distribuidores cobririam a falta de combustível, defendia o IBP. No cenário atual, portanto, a situação é ainda mais confortável.
Essa melhora das estimativas do setor se deve ao aumento das importações previstas tanto por empresas associadas ao IBP, principalmente as três grandes distribuidoras do País (Vibra, Ipiranga, Raízen), quanto por empresas representadas pela Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom).
O movimento se deve ao fato que os preços da Petrobras seguem acima dos preços do diesel no mercado internacional, o que abre uma janela de importação e permite a outros produtores nacionais ou importadores praticarem preços mais atraentes, colocando mais produto no mercado nacional.
O alívio contraria previsões de maior aperto do mercado nacional de diesel neste terceiro trimestre em função do pico da demanda nacional pelo produto – com a colheita e transporte da safra – e da menor oferta internacional devido à guerra na Ucrânia e à temporada de furacões no Golfo do México (EUA). Esses alertas subsidiaram, inclusive, iniciativas da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para aumentar os estoques operacionais mínimos das grandes empresas, o que foi finalmente derrubado em reunião da diretoria colegiada da agência no início do mês.
Ainda assim, o IBP afirma que o cenário internacional continua “instável” e com sinalizações “antagônicas”, o que exigiria monitoramento contínuo da situação brasileira.
Segundo a Agência de Energia dos EUA, o preço médio do diesel no varejo no país caiu, na semana entre 14 e 19 de agosto, 1,6% em relação à semana anterior, indicando que o mercado não vê escassez de produto. Por outro lado, no mesmo período os estoques totais de derivados dos EUA caíram 0,7% em relação à semana imediatamente anterior, de acordo com o relatório Weekly Statistical Bulletin (WSB) do American Petroleum Institute (API). Com isso, o nível de estoque atual segue abaixo do nível do ano anterior e abaixo do nível médio dos últimos 5 anos, informam os técnicos do IBP.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.