Filha de produtores rurais de Betânia, município do Estado do Piauí, Francisca, aos 22 anos, chegou à presidência da Associação de Criadores de Ovinos e Caprinos do município e motivou outros jovens a se interessarem pela pecuária. Hoje, com 25 anos, é secretária de Agricultura Familiar, posto em que promove o associativismo e o cooperativismo para melhorar a renda e a qualidade de vida dos pequenos produtores.
Graças à abertura de novos mercados e à melhoria genética dos animais, em Betânia conseguiu-se gerar rentabilidade em uma atividade que, até poucos anos atrás, era sobretudo de subsistência, além de se fixar muitos jovens nas áreas rurais onde trabalham com seus pais na atividade agropecuária.
Hoje, no município existe uma feira que se tornou referência em produção animal e os produtores locais estão montando um matadouro certificado, o qual permitirá que seus produtos cheguem aos supermercados de todo o Brasil.
Filha de mãe e pai criadores de cabras e ovelhas, Francisca Neri nasceu e foi criada vendo os pais trabalhando. Aos 17 anos casou-se com um produtor local e já era mãe. Foi aí que começou a sua bem-sucedida história de jovem liderança em Betânia, município de pouco mais de 6 mil habitantes no Vale do Itaim, Estado do Piauí.
O marido de Francisca procurou a Associação de Criadores de Ovinos e Caprinos do município, a Ascobetânia, que buscava jovens da localidade para ingressar na Associação, mas os consultores do Viva o Semiárido, projeto do governo do Estado implementado pelo IICA com recursos do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) e do governo do Piauí, preferiam filiar jovens mulheres. Bom para Francisca, para os agricultores locais e para o município, pois a filiação de Francisca foi um divisor de águas na trajetória de Betânia no associativismo e cooperativismo.
Ao se filiar à Associação no lugar do marido, em 2016, Francisca começou a trabalhar como secretária, mas, com sua liderança nata, logo passou a integrar a diretoria administrativa. Aos 22 anos, ela já era a primeira presidente mulher da Ascobetânia, cargo para o qual se elegeu duas vezes.
“Foi a minha oportunidade. O associativismo e o cooperativismo estão no meu sangue. É a minha vida e a base de tudo o que eu acredito. É como eu luto pelas pessoas e pelos agricultores para que eles estejam lá dentro, para que se engajem cada vez mais. Para mim, o cooperativismo e o associativismo são os negócios do futuro, é o que vai gerar renda para os meus filhos, meus netos, e o que gerou renda para os meus pais. Por isso, eu acredito que ter entrado para este mundo foi a melhor escolha que eu fiz na minha vida”, disse orgulhosa.