Segundo o gerente do Sistema de Índices de Preços do IBGE, Pedro Kislanov, a alimentação fora de casa foi um importante fator de pressão sobre o IPCA de junho, uma vez que elevou os gastos das famílias com Alimentação e bebidas em geral.
O avanço nos preços da alimentação consumida fora do domicílio reflete o aumento nos custos dos próprios alimentos mas também de energia e combustíveis, por exemplo, além da retomada de uma demanda que andava reprimida por causa da pandemia de covid-19, apontou Kislanov.
“Isso (retomada da demanda) está afetando não só a parte de alimentação fora de casa, mas outros serviços da economia, como a parte de manicure, cabeleireiro e barbeiro”, frisou o gerente do IBGE.
No acumulado em 12 meses, a inflação de serviços passou de 8,01% em maio para 8,73% em junho, a mais elevada desde janeiro de 2015, quando estava em 8,75%. Já a inflação de monitorados em 12 meses saiu de 12,10% em maio para 11,73% em junho.
“Alguns componentes da inflação que estavam com uma demanda mais reprimida durante o período da pandemia, toda essa parte de manicure, cabeleireiro e barbeiro, alimentação fora, a parte de turismo (…) a gente tem observado uma alta maior, porque houve uma retomada na demanda por esses serviços. Isso tem pressionado os preços”, enumerou Kislanov.
No mês de junho, os itens de maior pressão no IPCA foram plano de saúde (0,10 ponto porcentual), leite longa vida (0,09 ponto porcentual), passagem aérea (0,06 ponto porcentual), automóvel novo (0,04 ponto porcentual) e emplacamento (0,04 ponto porcentual). Na direção oposta, os itens que mais ajudaram a frear a inflação foram etanol (-0,06 ponto porcentual), gasolina (-0,05 ponto porcentual), energia elétrica (-0,04 ponto porcentual), cenoura (-0,02 ponto porcentual) e carnes (-0,02 ponto porcentual).