O Banco Central voltou a publicar o Boletim Focus nesta sexta-feira, 8, após nove semanas sem divulgação devido à greve dos servidores do órgão, que terminou nesta terça-feira (5). Hoje, o BC publicou os relatórios atrasados e, na próxima segunda-feira (11), o Focus volta a sair normalmente no horário padrão, de 8h30.
Na última vez que o Focus havia sido divulgado, no dia 2 de maio, as medianas para 2022 e 2023 eram de 7,89% e 4,10%, nessa ordem.
Mesmo com a redução nas projeções para este ano, a estimativa continua muito acima do teto da meta (5,0%), configurando o segundo ano consecutivo de rompimento do mandato principal do BC. Para o IPCA de 2023, que está subindo a 13 semanas, a expectativa atual da Focus também está acima tanto do centro da meta, de 3,25%, quanto do teto de 4,75%.
No Comitê de Política Monetária (Copom) de junho, o BC indicou que mira em algo mais próximo do centro da meta do que sua projeção atual para 2023 (4,0%).
O Boletim Focus mostra estabilidade na mediana de 2024, que permaneceu em 3,25%, mesmo patamar de um mês antes. No relatório divulgado em 2 de maio estava em 3,20%. A previsão para 2025, por sua vez, continuou em 3,00%, o mesmo da última Focus divulgada.
A meta para 2024 é de 3,00%, com margem de 1,5 ponto porcentual (de 1,5% para 4,5%). Para 2025, a meta também é de 3,00%, conforme definição do Conselho Monetário Nacional (CMN) no mês passado.
No Copom do mês passado, o BC atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 8,8% em 2022, 4,0 % em 2023 e 2,7% para 2024. O colegiado elevou a Selic em 0,50 ponto porcentual, para 13,25% ao ano.
Outros meses
Com a implementação da redução do ICMS sobre combustíveis por mais Estados, os economistas do mercado financeiro derrubaram a previsão para o IPCA de julho de alta 0,21% para 0,06%. Um mês antes, o porcentual projetado era de 0,65%.
Para agosto, a projeção no Focus também desacelerou de alta de 0,26% para 0,18%, ante alta de 0,40% há quatro semanas. Para o índice de junho, que será publicado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a estimativa variou de 0,66% para 0,69%.
A inflação suavizada para os próximos 12 meses passou de alta de 5,67% para 5,45% de uma semana para outra – há um mês, estava em 6,02%.