Atualmente, o horizonte relevante da política monetária considera os anos de 2023 e, em menor grau, de 2024, mas, devido às incertezas sobre a política de desoneração tributária sobre os combustíveis, o Banco Central tem dado ênfase ao horizonte de 12 meses até o primeiro trimestre de 2024. Como o horizonte é móvel, cada vez mais, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC vai olhar para a inflação em 2024 para tomar suas decisões.
Neste momento, apesar da redução recente, as medianas na Focus para a inflação oficial continuam a apontar para três anos de descumprimento da meta, de 2021 a 2023. Para 2024, a projeção do mercado está acima do alvo central de 3,00%, mas dentro do limite superior, que é de 4,50%. A meta para 2022 é de 3,50%, com tolerância superior de até 5,00%, enquanto, para 2023, a meta é de 3,25%, com banda até 4,75%.
Na Focus, a previsão para 2025 permaneceu em 3,00%, porcentual igual ao de 65 semanas atrás. A meta para o ano é de 3,00%, com intervalo de 1,5% a 4,5%.
Considerando somente as 49 estimativas atualizadas nos últimos 5 dias úteis, a mediana para 2022 passou de 5,65% para 5,63%. Para 2023, variou de 4,98% para 5,00%.
No Copom de setembro, o BC atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 5,8% em 2022, 4,6 % em 2023 e 2,8% para 2024. O colegiado manteve a Selic em 13,75% ao ano, decretando o fim de seu mais longo ciclo de alta de juros.
Outros meses
Os economistas do mercado financeiro intensificaram a perspectiva de queda do IPCA de setembro, cuja projeção passou de deflação de 0,19% para recuo de 0,25%. Um mês antes, o porcentual previsto no Boletim Focus era de avanço de 0,17%.
Para outubro, por sua vez, a projeção do IPCA no Focus foi mantida em 0,34%, ante 0,50% há quatro semanas. Para o índice de novembro, a estimativa ficou em 0,46%, de 0,51% um mês antes.
Já a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses acelerou de alta de 5,09% para avanço de 5,20% – há um mês, estava em 5,52%.