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Isa Cteep: lucro líquido regulatório cai 63,5% no 1º trimestre, para R$ 112,5 mi

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Estadão Conteúdos

O lucro líquido regulatório da Isa Cteep no primeiro trimestre deste ano somou R$ 112,5 milhões, redução de 63,5% em relação ao mesmo período do ano passado, informou a companhia.

O critério regulatório é o mais observado por profissionais de mercado que acompanham a empresa. Pelo padrão IRFS, o lucro líquido alcançou R$ 543,1 milhões, queda de 6,8% em comparação com igual etapa de 2021.

No trimestre, o Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda, da sigla em inglês) recuou 23,7%, para R$ 532 milhões. Já a margem Ebitda do período foi de 74,4%, redução de 7,4 pontos porcentuais (p.p.) em relação ao mesmo intervalo de 2021.

De janeiro a março, a receita líquida regulatória da Isa Cteep totalizou R$ 715,4 milhões, redução de 16,1% em base anual de comparação. No período a Receita de Uso da Rede Elétrica totalizou R$ 838,3 milhões, redução de 15,4% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

No relatório do balanço a empresa informou que o desempenho foi motivado, principalmente, pela redução da receita da Rede Básica Sistema Existente (RBSE) nos ciclos tarifários 21/22 e 22/23 no montante de R$ 172 milhões, em consequência do reperfilamento do componente financeiro dos pagamentos, e da variação na Parcela de Ajuste e antecipações do período em R$ 64,0 milhões.

Esses valores foram compensados parcialmente pela atualização da Receita Anual Permitida (RAP) do atual ciclo pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e pela entrada em operação de novos projetos de Reforços e Melhorias, que adicionaram R$ 21,7 milhões. Além disso, projetos novos (greenfield) colaboraram com R$ 17,5 milhões, e a RAP do contrato 012/2016, referente aquisição da Piratininga – Bandeirantes Transmissora de Energia (PBTE), no final do primeiro trimestre do ano passado, somou R$ 33,6 milhões.

Além da queda das receitas, a Isa Cteep também viu seus custos e despesas com Operação & Manutenção crescerem 10,3% no primeiro trimestre, frente a igual intervalo do ano passado, para R$ 308,7 milhões. Somente os custos gerenciáveis com Pessoal, Materiais, Serviços de Terceiros e Outros (PMSO) cresceram 8,6%, somando R$ 143,2 milhões. Já os demais custos e despesas subiram 11,9%, principalmente por causa do aumento no reconhecimento de provisão para fazer frente ao passivo atuarial estimado para previdência privada em função de benefícios de suplementação de aposentadoria.

O resultado financeiro consolidado foi negativo em R$ 232,1 milhões no primeiro trimestre deste ano, praticamente o dobro dos R$ 116,2 milhões anotados nos três primeiros meses do ano passado.

Já a equivalência patrimonial cresceu 587,2% e chegou a R$ 8,3 milhões, impulsionado pelo desempenho da IE Madeira.

O índice de disponibilidade das linhas de transmissão geridas pela Isa Cteep ficou em 99,97% no trimestre, enquanto os transformadores alcançaram 99,92%. Já o Índice de Energia Não Suprida (IENS) obtido pela companhia no trimestre foi de 0,000008% enquanto a referência do Sistema Interligado Nacional registrou 0,0046% até fevereiro de 2022. Esses indicadores são relevantes, pois as transmissoras são remuneradas pela disponibilidade de seus ativos por meio da Receita Anual Permitida (RAP).

Investimentos e dívida

No período, os investimentos totalizaram R$ 414,5 milhões, valor 81,1% menor do que o registrado um ano antes.

Já a dívida líquida da companhia ficou em R$ 7,017 bilhões, crescimento de 5,4% em relação os R$ 6,656 bilhões registrados no quarto trimestre do ano passado. A relação dívida líquida/Ebitda ajustado foi de 3,06 vezes ao final de março. Com isso, os covenants e as exigências estabelecidas nas emissões estão sendo cumpridos pela companhia.

Para 2022, o indicador dívida líquida/Ebitda mais restritivo é de 3,5 vezes, para a 5ª emissão de debêntures. Seguindo os critérios de apuração do indicador para essa emissão, o indicador está em 2,75 vezes no primeiro trimestre.

A Isa Cteep também informou que em janeiro de 2022 assinou contrato de empréstimo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), no montante de R$ 567,4 milhões. Essa operação tem o custo de Taxa de Longo Prazo (TLP) mais 2,01% ao ano. O crédito será destinado à implantação do Plano de Investimentos em modernização do sistema de transmissão e melhorias sistêmicas do período de 2020-2022. A primeira liberação, no montante de R$ 227,0 milhões, ocorreu em 21 de março de 2022.