Em um trimestre marcado pelo aumento da inadimplência nas carteiras de crédito voltadas a pessoas físicas, o Itaú apresentou uma piora mais contida que a dos rivais da iniciativa privada, de 2,6% para 2,8% em um ano. Ainda assim, as provisões contra a inadimplência cresceram 52,7%, para R$ 7,992 bilhões.
O salto no custo de crédito foi compensado pela margem financeira do banco, que teve crescimento de 22,5% em um ano, para R$ 23,901 bilhões. O indicador, que reflete os ganhos com operações que rendem juros, foi puxado pela margem com clientes, que inclui as operações de crédito, e que aumentou 33%, para R$ 23,385 bilhões, graças ao crescimento do spread (diferença entre custo de captação e juros cobrados).
A margem com mercado, que reflete o resultado da tesouraria do banco, caiu 73,2% em um ano, para R$ 516 milhões. Apesar de ter sustentado resultado positivo, o Itaú observou uma queda dos números colhidos na América Latina, o que explica a baixa do número.
As receitas com serviços, por sua vez, subiram 3,4% em um ano, para R$ 10,410 bilhões, puxadas pelas receitas com cartões de crédito, em especial.
O presidente do banco, Milton Maluhy Filho, afirmou que a transformação digital do Itaú tem se refletido no aumento dos índices de satisfação dos clientes, o chamado NPS, o que por sua vez ajuda a gerar resultados financeiros melhores. “Nosso principal objetivo é termos clientes cada vez mais satisfeitos, criando um círculo virtuoso. Clientes satisfeitos tornam-se mais engajados, o que permite ao banco conquistar melhores resultados”, disse ele, em nota.
O CFO do Itaú, Alexsandro Broedel, pontuou que os números do trimestre mostram consistência e solidez no desempenho da instituição, nas várias linhas de negócio. “Nos últimos anos, conseguimos crescer de forma sustentável nossas operações de crédito e serviços devido fundamentalmente à disciplina na gestão de riscos e na eficiência operacional”, afirmou.
Rentabilidade
No trimestre encerrado em setembro, os ativos totais do Itaú chegaram a R$ 2,422 trilhões, um aumento de 12,4% em termos anuais, e de 5,6% em um trimestre. Segundo o banco, o crescimento em base anual se deve à compra de uma fatia adicional na XP, de 11,4%, realizada em abril, como parte do acordo original de investimentos do banco na corretora, de 2017.
Desde então, o Itaú vendeu uma parcela das ações para evitar ter de descontar essa participação de seus índices de capital. Ainda assim, o banco mantém o restante em seu balanço, e tem dito que vai vender as ações à medida que os preços de mercado forem atrativos.
O patrimônio líquido do Itaú, por sua vez, foi de R$ 157,175 bilhões, alta de 12,8% em 12 meses. Com isso, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) recorrente da instituição foi de 21%, um aumento de 1,3 ponto porcentual em um ano, e de 0,2 p.p. em três meses.