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Juros em queda: Hora de voltar para a Bolsa?

Por
Paulo Luives

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Após dois anos de uma política monetária contracionista, em que tivemos a taxa de juros aumentando de 2% para 13,75% entre 2021 e 2022, e depois permanecendo nesse patamar elevado por um ano, o Comitê de Política Monetária do Banco Central iniciou um processo que chamamos de flexibilização monetária.

Isso significa que estão sendo realizados cortes na taxa de juros, sendo o primeiro de 0,5%, e há planos de manter essa magnitude para os próximos cortes nas reuniões que ainda teremos esse ano.

Ok, mas o que isso significa para o mercado de ações?

Para responder essa pergunta, vou precisar usar um pouco da teoria de finanças, mas prometo tentar não deixar isso chato…rsrs

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A fórmula que vimos acima é uma maneira de avaliar empresas, ajudando a estimar o valor justo de suas ações. Para fazer isso, projetamos os fluxos de caixa futuros da empresa e trazemos esse valor de volta ao presente usando uma taxa de desconto ajustada ao risco dessa empresa.

Não se preocupe, vou simplificar! entenda que taxa de desconto nada mais é do que o seu custo de oportunidade, ou seja, a taxa de juros. Entre 2020 e parte de 2021 esse custo de oportunidade era muito baixo, tínhamos uma Selic que pagava 2% ao ano!!!

Porém, ao longo de 2021 e 2022, essa taxa de juros aumentou significativamente, chegando a 13,75%. Isso teve um impacto negativo no mercado de ações. Se olharmos para o Ibovespa, não é fácil perceber isso, pois o índice é influenciado por empresas exportadoras de commodities. Mas se analisarmos índices como o ICON, que representa empresas de consumo doméstico, veremos que o desempenho foi bastante afetado e está bem abaixo dos níveis vistos em 2021.

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Juros pra baixo, Bolsa pra cima?

Em 5 dos últimos 6 ciclos de cortes da Selic, o índice Ibovespa apresentou retornos positivos. Sendo que a média de retorno foi de +35%!!!

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Interessante notar que apesar do retorno positivo do índice Ibovespa, os maiores retornos foram capturados pelo índice de Small Caps. Isso porque esse índice carrega uma composição maior de empresas ligadas ao consumo doméstico, que possuem maior sensibilidade ao movimento das taxas de juros.

Quais são os setores que mais se beneficiam da queda de juros?

Em um estudo realizado pelo time de Research da XP, durante os ciclos de corte de juros no passado, os setores mais cíclicos tendem a apresentar um desempenho melhor do que o resto do mercado.

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Outro dado interessante trazido pelo Research da XP, foi uma análise do comportamento das ações. Onde listaram ativos com maior correlação negativa com taxas de juros, ou seja, que tendem a se beneficiar de um cenário de queda de juros.

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Ainda dá tempo de entrar?

Com o Ibovespa alcançando os 120 mil pontos e tendo subido quase 13% esse ano, muitos investidores que não estavam na bolsa agora estão se perguntando se devem esperar uma correção antes de se posicionar.

De fato, o mercado teve um bom desempenho nos últimos 4 meses, mas isso também se deve ao pessimismo exagerado que existia em relação à bolsa até o mês de março. Dito isso, acredito que a melhor forma de avaliar se a bolsa está cara ou barata não é apenas olhando para a pontuação do Ibovespa, mas sim analisando quanto o mercado está pagando pelo lucro das empresas. Essa métrica pode nos dar uma ideia mais precisa da situação do mercado.

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Olhando para os últimos 15 anos, o mercado na média pagou um múltiplo de 11x lucros pelas ações do Ibovespa, hoje olhando para o múltiplo atual de 8,5x lucros temos um desconto em relação a média de 22%.

E mesmo excluindo empresas como Vale e Petrobas que possuem um peso grande no índice e jogam essa múltiplo para baixo, ainda assim percebemos que a bolsa está sendo negociada com um desconto significativo em comparação com sua média histórica.

Hora de voltar para Bolsa?

Já era claro desde o ano passado que a bolsa estava com preços atrativos. No entanto, se não houver um impulso que faça os preços das ações subirem, o desconto pode continuar ou até aumentar rsrs. Agora, temos a combinação de uma bolsa ainda com preços atrativos e um fator impulsionador que é a queda nas taxas de juros.

É sempre importante ressaltar que, apesar do maior otimismo com a bolsa neste momento, a decisão de investir ou aumentar a exposição a ela deve sempre levar em conta o perfil de risco do investidor. Para isso, é fundamental que cada um avalie seus objetivos financeiros e tolerância ao risco antes de tomar qualquer decisão.

Não deixe de consultar um especialista para encontrar as melhores alternativas para os seus objetivos!!

 

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