A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou a 11,915% (regular) e 11,94% (estendida), de 11,871% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2025, em 11,18% (regular) e 11,205% (estendida), de 11,213%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa a 11,135% (regular e estendida), de 11,192%.
“O mercado havia exagerado na precificação sobre como deve funcionar a atuação do Fed e agora está aparando, o que ajuda as curvas longas”, comentou Adauto Lima, estrategista-chefe da Western Asset. O dólar e os juros dos Treasuries em queda, do mesmo modo, contribuíram para o fechamento dos DIs a partir dos vértices intermediários. A quinta-feira teve inflação no atacado nos Estados Unidos pouco abaixo do esperado, mas tom firme contra a inflação em discursos de dirigentes do Fed.
No Banco Original, economistas afirmam que, “na narrativa dos investidores”, a curva de juros EUA já embute “bastante desaforo”, com praticamente quatro altas dos Fed funds ao longo de 2022 como cenário base. “Depois que o CPI divulgado ontem confirmou a maior inflação dos EUA em 4 décadas, os ativos passaram a valorizar de forma generalizada, incluindo uma redução dos juros das Treasuries de 5-10 anos e alívio nas respectivas inflações implícitas”, destacam.
Internamente, a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) mostrando crescimento de 2,4% no volume em novembro na margem, muito além do teto das estimativas de aumento de 1,5%, respondeu pela rigidez das taxas curtas. Embora não tenha alterado a visão sobre a atividade, não serve de estímulo para alívio maior nas apostas para a Selic. “O sentimento é de que muda pouca coisa”, afirma Lima, lembrando que na sexta-feira sai a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC). “As informações preliminares estão mais na linha negativa”, apontou.
As preocupações com o lado fiscal têm sido ofuscadas pelos eventos do Fed nos últimos dias, mas seguem latentes, num cenário em que o ministério da Economia vai perdendo força, vide o decreto do presidente Jair Bolsonaro determinando que atos relacionados à gestão do Orçamento terão que ter aval prévio da Casa Civil.
Ao mesmo tempo, os problemas causados pela mobilização dos servidores vão ganhando dimensão aos poucos e podem estar sendo subestimados pelo mercado. Nesta quinta, o Carf voltou a suspender julgamentos e o Sindifisco informou que os auditores da Receita vão suspender, temporariamente, a concessão de certificação especial a empresas envolvidas com comércio exterior.