A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 13,88%, de 13,927% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2024 voltou a ficar abaixo de 14%, fechando em 13,885%, de 14,037% ontem. O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa de 13,345%, de 13,445%, e a do DI para janeiro de 2027 fechou em 13,295%, de 13,36%.
A escalada recente vinha mantendo as taxas nas máximas desde 2016, o que, em tese, abriria espaço para um movimento de retirada de prêmios. E ele até veio, mas de forma tímida e ainda na contramão da alta do dólar, o que torna ainda mais complicada uma avaliação de tendência, num mercado considerado bastante machucado. “Hoje não tivemos um gatilho claro, mas é fato que já temos muita coisa ruim precificada. O problema mais foi ontem, quando o mercado poderia ter ido melhor. Hoje, no geral, tivemos bastante instabilidade”, resumiu o gestor de renda fixa da Sicredi Asset, Cassio Andrade Xavier.
Nas mesas de renda fixa, parte da dinâmica recente é atribuída a operações de arbitragens no mercado de NTN-B. De acordo com um gestor, fundos estavam carregados de papel curto e se defendiam com posições tomadas no DI. “As pioras no pré nos últimos dias estavam acontecendo durante os calls de NTN-B”, disse, destacando que o movimento hoje pode ter cessado, retirando a pressão tomadora nos últimos dias.
O carrego negativo das NTN-B curtas vem aumentando desde que a Anbima divulgou projeção de deflação para o IPCA de julho e na esteira das constantes revisões para baixo para o mês feitas pelos Departamentos Econômicos, diante da medidas de desoneração tributária que aliviaram preços de combustíveis e do anúncio da Petrobras de redução na gasolina. Nesse contexto, o juro real do papel tem de subir para compensar o prejuízo e a porta de saída para quem tem estes títulos fica estreita. “O Tesouro tem colaborado ao reduzir o DV01 (risco para o mercado) das NTN-B nos leilões”, disse Xavier.
A ponta longa, porém, segue mais atrelada às perspectivas (negativas) para o quadro fiscal e o risco eleitoral, à medida em que o pleito de outubro se aproxima, e recua com menor intensidade. Os investidores não querem se expor antes de um quadro mais claro para as contas públicas, num momento em que a regra do teto de gastos está em xeque.