A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 12,375% (regular) e 12,365% (estendida), de 12,388% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 11,401% para 11,34% (regular) e 11,35% (estendida). O DI para janeiro de 2027 fechou com taxa de 11,21% (regular) e 11,225% (estendida), de 11,311%.
A curva a termo acompanhou de perto o movimento do câmbio, batendo mínimas quando o dólar também chegava ao piso do dia, na casa dos R$ 5,08. O real foi novamente destaque absoluto entre as moedas emergentes, que na maioria caíram ante o dólar. “O Brasil tem dado saída para todo mundo, pagando um juro muito acima de seus pares, 55% maior do que o México, por exemplo”, destaca o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito.
Nesta tarde, em palestra sobre cenário econômico promovida pelo Canal Agro+, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que apenas no Brasil e na Rússia os juros básicos já estão acima da taxa neutra. “Chile, Colômbia e México têm surpreendo nos últimos tempos, com ações muitas vezes mais (fortes) do que o esperado”, disse.
A atração de fluxo tende a se “agudizar” a depender do IPCA-15 de fevereiro, na quarta (24). “O índice ainda deve vir alto”, afirma Perfeito. Na pesquisa do Projeções Broadcast, a mediana das estimativas é de taxa em 0,87%, ante 0,58% em janeiro. Em 12 meses, a mediana é de 10,63%, de 10,20% até janeiro.
A percepção é de que o impacto da queda do dólar na inflação acaba sendo, de certo modo, neutralizado pelo avanço das commodities. Em meio à piora da tensão geopolítica, os preços do petróleo subiram entre 2% e 3%. O dólar à vista fechou em R$ 5,1070 (-0,64%). À tarde, o câmbio não conseguiu manter-se abaixo de R$ 5,10, mas ainda assim o patamar de hoje é considerado surpreendente vis a vis os fundamentos da economia.