A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 passou de 13,03% ontem no ajuste para 13,05% (regular) e 13,06% (estendida). A do DI para janeiro de 2025 subiu a 12,00% (regular) e 12,01% (estendida), de 11,91% ontem. O DI para janeiro de 2027 avançou de 11,73% para 11,85% (regular) e 11,86% (estendida).
Nas mesas de renda fixa, a percepção é a de que, após os DIs terem devolvido prêmios na semana passada com a redução do risco político-institucional, desde ontem o mercado vem corrigindo o movimento, dado o prolongamento da indefinição sobre quem vai ocupar os cargos-chave na gestão Lula. O grau de agonia dos agentes varia de acordo com os nomes que vêm sendo ventilados. Ontem, a aposta do ex-ministro da Educação Fernando Haddad na Fazenda cresceu, mas hoje arrefeceu, especialmente depois de falar sobre a transição do governo no setor educação, em entrevista.
“Depois de muitas especulações sobre a possibilidade de Haddad ir para o Ministério da Fazenda, ele surge falando sobre Educação”, ressalta a equipe de Política da Warren Renascença, destacando ainda que ele não falou nada sobre pautas econômicas. “Como temos sinalizado desde o day after das eleições, Haddad não está na nossa lista de potenciais ministro da Fazenda”, afirma a instituição, para a qual podem assumir o ministério ou algum posto de destaque na economia Geraldo Alckmin; Wellington Dias; Rui Costa e Camilo Santana.
Com isso, as taxa chegaram a melhorar no começo da segunda etapa, zerando a alta e até oscilando com viés de baixa, mas voltaram a piorar no fim do dia, na esteira do aumento dos ruídos em torno da PEC da Transição.
De acordo com fontes ouvidas pelo Estadão/Broadcast, estão em discussão duas alternativas, apelidadas de “PEC transparente” e “PEC prática”, ambas abrindo espaço a despesas do novo governo de cerca de R$ 175 bilhões além do teto. A primeira direcionaria valores exatos para política que o novo governo deve recompor ou turbinar. Já o segundo modelo carimbaria apenas o Auxílio Brasil, trazendo todo o programa social para fora do teto de gastos. Nesse caso, além dos R$ 70 bilhões adicionais, a emenda também deslocaria para essa licença especial de despesas os R$ 105 bilhões do Auxílio que já previstos no orçamento do próximo ano, liberando esse espaço dentro do teto a todas as outras políticas de interesse do novo governo. A destinação do dinheiro, porém, seria discutida em um segundo momento.
Segundo o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), porém, o valor da PEC ficará entre R$ 100 bilhões e R$ 150 bilhões.
No fim da tarde, Alckmin trouxe os nomes para a transição, com André Lara Resende, Pérsio Arida, Guilherme Mello e Nelson Barbosa confirmados no núcleo de Economia, sem surpresa para o mercado. A informação de que o ex-ministro da Fazenda da gestão Dilma Rousseff Guido Mantega também participará do governo de transição, ainda que não área econômica, chegou a gerar algum desconforto, mas que foi posteriormente absorvido.
Na gestão da dívida pública, o Tesouro vendeu integralmente as 800 mil NTN-B ofertadas, com risco para o mercado 52% menor do que o leilão da semana passada.