A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou a 12,475% (regular), de 12,449% no ajuste de ontem, e a do DI para janeiro de 2025 subiu de 11,391% para 11,425%. O DI para janeiro de 2027 fechou com taxa de 11,315%, de 11,291%. Na sessão estendida, as taxas devolveram o avanço e voltaram aos ajustes de ontem, fechando, respectivamente, em 12,445%, 11,42% e 11,315%.
O clima lá fora foi de melhora desde o começo do dia, após sinais de que Moscou poderia reabrir negociações de paz com a Ucrânia, sob determinadas condições, mas, ao mesmo tempo, tropas russas ampliaram presença militar nas ruas de Kiev e, segundo a Otan, a invasão no país é “completa”.
A retomada do apetite ao risco foi traduzida na alta das Bolsas e dos juros dos Treasuries e queda do dólar ante a maioria das moedas – o real foi exceção. Os preços do petróleo cederam. “Os mercados precificam uma não-piora do conflito e, com isso, não haveria interrupção das cadeias produtivas. A postura no Brasil hoje foi ruim por causa do carnaval. Ninguém quer passar o feriado posicionado em uma das pontas, mas, no máximo, comprado em volatilidade”, explicou o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito.
Para os analistas da XP, o Brasil deve ser o mercado a sofrer menos com a guerra por conta da grande exposição a commodities. “Além disso, devemos nos beneficiar de um fluxo positivo de investidores diminuindo exposição à Rússia”, disseram, em relatório. A instituição destaca que tanto a Rússia quanto Brasil têm pesos semelhantes – ao redor de 4% – no índice de mercados emergentes, o que pode favorecer um movimento de troca de alocação.
Pela manhã, o IGP-M abaixo da mediana das estimativas ajudou a limitar o contágio das perdas do câmbio sobre os DIs. A taxa de 1,83% em fevereiro praticamente repetiu a variação de janeiro (1,82%), ante mediana de 1,86%. Também deu sua contribuição o resultado primário do setor público consolidado, ainda que, de certa forma, o dado fosse esperado depois das surpresas positivas com o governo central e com a arrecadação. O superávit mensal foi recorde, de R$ 101,833 bilhões em janeiro.