“Acima de tudo, temos que ter responsabilidade”, afirmou Lira, sobre a votação da MP. “De vez em quando, quando o Congresso não pesa a mão direito sobre as contas públicas, ele desequilibra”, emendou. O presidente da Câmara disse que a população tem sofrido com o aumento no preço dos combustíveis e a inflação, mas enfatizou que esses fenômenos são mundiais.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de aumento do valor do benefício, Lira respondeu que “risco sempre tem”. “Vai ser tratada com toda a responsabilidade, um debate claro no plenário, das possibilidades de se manter o texto ou se alterar o que o plenário, a maioria dos deputados, achar que é conveniente”, afirmou.
O Auxílio Brasil é um dos trunfos do presidente Jair Bolsonaro (PL) para disputar a reeleição em outubro. O recente ganho de fôlego político do chefe do Executivo, com aumento das intenções de voto nas pesquisas eleitorais, é atribuído, em parte, ao pagamento do benefício, que substituiu o Bolsa Família criado nos governos do PT. No primeiro mês da mudança no programa social, os beneficiários receberam, em média, R$ 224. Com a edição de uma MP em dezembro, o valor foi elevado para R$ 400.
Como o prazo para o Congresso aprovar ou rejeitar a MP do Auxílio Brasil sem que a medida perca validade termina em 16 de maio, o governo avalia que ainda tem tempo para articular com os deputados a manutenção do texto. A oposição, mesmo correndo o risco de dar a Bolsonaro um ganho eleitoral, está disposta a defender o benefício de R$ 600, por meio da aprovação de uma emenda à MP. Na visão de parlamentares de esquerda, a “paternidade” da benesse depende da narrativa que se mostrar mais eficaz.