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Moedas Globais: índice DXY do dólar avança, com sinais do Fed no radar

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Estadão Conteúdos

O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, avançou nesta segunda-feira, com investidores ainda atentos à perspectiva de aperto monetário nos Estados Unidos. Em dia atípico, com feriado prolongado e mercados acionários fechados na Europa, investidores avaliaram também indicadores da China.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 126,94 ienes, o euro caía a US$ 1,0783 e a libra tinha baixa a US$ 1,3007. O índice DXY subiu 0,46%, a 100,781 pontos, estendendo os ganhos da semana anterior.

Investidores aguardavam evento com o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, com horário previsto já para depois do fechamento das bolsas em Nova York. Com direito a voto nas decisões de política monetária neste ano, Bullard tem defendido um aperto rápido na política monetária, alertando para a força e a persistência da inflação. Nesse contexto, no fim da tarde estavam em 88,8% as apostas de uma alta de 50 pontos-base nos juros em maio pelo Fed, e em apenas 11,2% as de uma elevação de 25 pontos-base.

O Goldman Sachs aponta em relatório que o Fed deve elevar rápido os juros, a fim de desacelerar a economia, mas tentando não provocar uma inflação. O banco diz que, em ciclos anteriores, em 11 das 14 ocasiões desde a Segunda Guerra o aperto foi seguido por uma recessão dentro de dois anos. O Goldman ressalva, porém, que “apenas oito dessas recessões podem ser em parte atribuídas ao aperto do Fed”, e diz que mais recentemente tem sido mais comum um pouco “mais suave”.

Segundo a Western Union, o dólar ganhava fôlego hoje, mas com impulso moderado, diante do feriado prolongado na Europa. No continente, continuava o foco na guerra da Ucrânia, com a Rússia afirmando que o governo do vizinho mudaria de posição sobre pontos já acordados na busca por um eventual acordo de paz.

Já na Ásia, dados da China estiveram em foco. O Produto Interno Bruto (PIB) do país no primeiro trimestre cresceu 4,8%, na comparação anual, acima da previsão de 4,6% dos analistas, mas as vendas no varejo frustraram a expectativa. Vários analistas apontaram que deve haver perda de fôlego no segundo trimestre, diante dos impactos da covid-19 e dos lockdowns para conter o vírus no país.

Com os impactos da covid-19 ainda pesando e a guerra na Ucrânia, o Banco Mundial cortou nesta segunda-feira sua projeção para o crescimento global em 2022, de 4,1% a 3,2%.