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Moedas Globais: índice DXY do dólar avança, de olho em ômicron e CPI dos EUA

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Estadão Conteúdos

O índice DXY operou em alta apoiado por um euro fraco nesta quinta-feira, 9, e o dólar também avançou ante moedas emergentes. A divisa americana encontrou suporte de um contexto de apetite limitado por risco nos mercados, em face de notícias envolvendo a variante ômicron do coronavírus. A expectativa por dados de inflação nos EUA que saem amanhã também impulsionaram o dólar, já que uma leitura forte reitera a perspectiva de aperto monetário mais acelerado pelo Federal Reserve (Fed).

No fim da tarde em Nova York, o índice DXY avançava 0,39%, aos 96,271 pontos, com o euro em baixa a US$ 1,1296. A libra, por sua vez, subia a US$ 1,3220, e o dólar recuava a 113,43 ienes.

O analista Minh Trang, do Silicon Valley Bank, diz que o mercado está alternando entre sessões de apetite e aversão ao risco esta semana, à medida que avalia o cenário da pandemia de covid-19 após o surgimento da cepa ômicron. “Hoje parece mais um dia sem risco e isso certamente está levando o dólar para cima. Qualquer notícia negativa ou pessimismo vai impulsionar a moeda ainda mais e hoje é um bom exemplo. De qualquer forma, a ômicron pode estender a força do dólar até o fim do ano”, afirma Trang.

Na véspera da divulgação da leitura de novembro do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA, investidores aguardaram por sinais acerca da política monetário do Fed. Caso o indicador mostre aceleração forte, é provável que o BC americano decida por aumentar o ritmo do tapering após a reunião do Conselho na quarta-feira que vem (15).

O Citi destaca ainda que o encontro da próxima semana também servirá para que os dirigentes atualizem as suas projeções para a economia e a política monetária. O gráfico de pontos da entidade deve se mover para uma previsão majoritária de duas altas de juros em 2022, segundo o banco americano, que também espera por discussões acerca de uma antecipação da redução do balanço de ativos do Fed.

A alta um pouco acima do esperado dos estoques no atacado em outubro deu leve fôlego ao dólar mais cedo. Ainda houve um recuo bem maior que o estimado nos pedidos por auxílio-desemprego na semana passada.

Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) está considerando aumentar de forma temporária o esquema regular de compra de títulos, de acordo com a Reuters. O nível de compra de dívida ainda assim seria muito menor que o adotado durante o choque da covid-19, porém.

O dólar também mostrou força na sessão de hoje no confronto com moedas emergentes. De acordo com o Goldman Sachs, o ciclo de aperto monetário agressivo em países como Brasil, México e África do Sul enfraqueceu moedas locais. No período citado, o dólar subia a 20,9647 pesos mexicanos e 16,0022 rands sul-africanos.

Apesar do movimento de hoje, a Capital Economics vê pouco espaço para o dólar apreciar mais no futuro próximo. No entanto, a divisa seguirá forte em 2022 por conta da performance melhor que a de pares da economia dos EUA, maiores pressões inflacionárias no país e a mudança para uma postura hawkish pelo Fed.

*Com informações de Dow Jones Newswires