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Moedas Globais: índice DXY do dólar cede em meio a temor por ômicron

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Estadão Conteúdos

O índice DXY do dólar, que mede a variação da moeda americana ante uma cesta de seis rivais, operou em baixa na maior parte da sessão desta terça-feira, 30, ainda pressionado pela variante ômicron do coronavírus, que provocou novos temores em investidores após falas do CEO da Moderna, uma das fabricantes de vacinas contra a covid-19. Comentários hawkish do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, deram suporte apenas momentâneo ao dólar.

O índice DXY fechou com perdas de 0,36%, aos 95,994 pontos. No fim da tarde em Nova York, o euro subia a US$ 1,3336 e o dólar recuava a 113,06 ienes. Já a libra tinha alta a US$ 1,3307.

O fraco desempenho do dólar ante moedas rivais como o euro e o iene se dá pois a perspectiva de desaceleração da economia dos EUA por conta da cepa ômicron tira certa pressão para que o Federal Reserve (Fed) aperte sua política monetária, de acordo com o Brown Brothers Harriman. Hoje, o CEO da Moderna, Stéphane Bancel, disse que as vacinas atualmente existentes devem ter eficácia reduzida na prevenção de contaminação pela nova variante do coronavírus.

Para a Capital Economics, porém, o movimento reflete o fato de que investidores já se posicionaram a favor do dólar recentemente, o que diminui o espaço de crescimento da moeda americana em meio a mudanças de perspectiva, especialmente contra o iene, visto como uma reserva de segurança.

Comentários nesta quarta-feira do presidente do Fed, Jerome Powell, deram força momentânea ao dólar no mercado cambial. O banqueiro-central afirmou que será apropriado considerar um aumento do ritmo do tapering das compras de bônus na reunião de dezembro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).

Entre outros dirigentes do Fed, o presidente da distrital de St. Louis, James Bullard, disse que há razão para crer em uma alta inflação mais duradoura, enquanto o vice-presidente Richard Clarida negou que as expectativas inflacionárias atuais nos EUA são preocupantes.

Na zona do euro, a inflação cresceu 4,9% ao ano em novembro, nível que pode adiantar os planos de aperto monetário pelo BCE, segundo o ING. A moeda comum ainda reagiu à aceleração dos Produtos Internos Brutos (PIBs) de França e Itália no terceiro trimestre.

No Reino Unido, a integrante externa do Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Catherine Mann, avaliou como “prematuras” as discussões sobre uma alta de juros no Reino Unido, em falas que contrariam a ampla expectativa do mercado por uma elevação da chamada Taxa Bancária em dezembro.

Entre emergentes, a lira turca voltou a renovar seu menor nível histórico ante o dólar, que passou mais uma vez a marca de 13 liras turcas. A crise na Turquia ocorre em meio à intervenção do presidente Recep Tayip Erdogan na política monetária local por redução da taxa de juros, apesar do país ter uma das mais altas inflações do mundo Atualmente. No horário citado anteriormente, o dólar subia a 13,3328 liras.