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Moedas: índice DXY cede, mas dólar sobe ante várias emergentes

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Estadão Conteúdos

O índice DXY, que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis rivais fortes, recuou nesta terça-feira, devolvendo parte dos ganhos da véspera, quando atingiu máxima em 16 meses. Destaque no mercado cambial, a moeda americana chegou a bater a marca histórica de 16 liras turcas, após o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, reafirmar compromisso com a política econômica intervencionista.

O DXY fechou a sessão de hoje em baixa de 0,06%, a 96,491 pontos. Ontem, o índice havia atingido o maior valor desde julho de 2020, repercutindo o anúncio do presidente americano, Joe Biden, de que indicaria Jerome Powell a um segundo mandato à frente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

Perto do fechamento das bolsas de Nova York, a libra caía a US$ 1,3383, mas o euro avançava US$ 1,1253. O dólar aumentava ainda a 115,09 ienes.

Pela manhã, a IHS Markit e a CPIS informaram que o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto do Reino Unido recuou de 57,8 em outubro a 57,7 na preliminar de novembro. O mesmo indicador da zona do euro, por outro lado, avançou de 54,2 a 55,8 em igual base comparativa.

Ante algumas moedas de economias dependentes da produção de petróleo, o dólar se desvalorizou, em meio aos fortes ganhos da commodity hoje. Investidores avaliaram que decisão dos EUA de liberarem reservas do ativo energético, em conjunto com outros países, terá efeito limitado. Com isso, no final da tarde, o dólar cedia a 1,2675 dólares canadenses e 74,347 rublos russos.

Por outro lado, a maior parte das moedas emergentes recuaram, no dia em que a lira turca derreteu ante o dólar. Na máxima do dia, a divisa dos EUA chegou a bater 13 liras turcas, mas final da tarde se elevava a 12,8178 liras.

A liquidação da moeda da Turquia responde à desconfiança quanto à independência do banco central do país, depois que o presidente Erdogan defendeu o corte de juros promovido na semana passada, apesar das pressões inflacionárias. Hoje, Erdogan se encontrou com o presidente do BC local.

Para o Nordea, o movimento no câmbio turco não deve arrefecer no futuro próximo, uma vez que economias emergentes estão sujeitas ao impacto da alta da inflação e possíveis fuga de capitais em resposta ao aperto monetária. “Nessa perspectiva, a Turquia parece particularmente vulnerável”, explica.

A Capital Economics, por sua vez, entende que os efeitos da crise cambial turca nos mercados globais serão limitados. Isso porque o país tem comércio e ligações financeiras reduzidos com o restante do mundo, enquanto economias emergentes dispõem de posições externas em posição mais forte do que no passado.