O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa hoje, em meio a comentários de autoridades da Ucrânia que foram vistos como potencial aceno para uma saída diplomática, após a invasão militar da Rússia ao país. O quadro de maior propensão ao risco levou o dólar a cair também ante várias divisas de países emergentes, mas ele voltou a avançar frente ao rublo.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 115,86 ienes, o euro avançava a US$ 1,1068 e a libra tinha alta a US$ 1,3183. O DXY recuou 1,10%, a 97,968 pontos.

O BBH comentava, em relatório a clientes, que já pela manhã o dólar recuava, em quadro de maior propensão ao risco com o noticiário da Ucrânia no radar. O ING, por sua vez, destacava que o foco estava mais na diplomacia, antes de uma reunião entre os ministros das Relações Exteriores de Ucrânia e Rússia nesta semana na Turquia. Ainda para o ING, as notícias sobre importações e exportações de commodities devem dominar o mercado cambial.

O DXY passou a recuar mais após autoridades da Ucrânia sinalizarem que há espaço para um cessar-fogo, com o presidente Volodymyr Zelensky falando em potenciais concessões. O Bank of America, porém, comentava em relatório que a incerteza sobre o assunto tende a perdurar nos próximos meses, o que apoia a compra de dólares. Para o BofA, a Rússia entrará em “recessão profunda”, mas o conflito também tira fôlego “de modo significativo” da economia da Europa. Para o ING, o Banco Central Europeu (BCE) mostra-se flexível na sua política, o que deixa o euro “vulnerável” ao conflito na Ucrânia e à alta nos preços de energia.

Em meio a sérias dificuldades na economia e nas finanças, diante de sanções internacionais, o rublo russo continuava sob pressão. No horário citado, o dólar avançava a 136,536 rublos. Hoje, o Banco Central da Rússia informou que o mercado acionário de Moscou não deve operar nesta quinta-feira, mas que o cambial funcionará.