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Moedas: índice DXY do dólar sobe em meio à escalada de tensões na Europa

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Estadão Conteúdos

O dólar operou sem direção única ante rivais nesta quinta-feira, 17, mas o índice DXY registrou ganhos à medida que cresceram as incertezas de investidores junto das tensões geopolíticas na Europa, após mais alertas de potenciais ocidentais de que não houve retirada de tropas russas da fronteira com a Ucrânia. Comentários de banqueiros centrais americanos e europeus também ficaram em foco.

Neste contexto, o índice DXY encerrou o dia com alta de 0,10%, aos 95,800 pontos, enquanto o euro baixava a US$ 1,1361 no fim da tarde em Nova York. A libra, por outro lado, avançava a US$ 1,3623, e o iene, considerado um ativo de segurança, também teve bom desempenho, com o dólar em queda a 114,94 ienes.

A piora do conflito geopolítico que envolve a atividade militar russa na fronteira com a Ucrânia, em oposição a potências ocidentais, ocorreu à medida que autoridades dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) acusarem Moscou de tentar enganar o mundo ao ter informado ontem a retirada de parte das tropas mobilizadas.

Washington, inclusive, vê uma invasão russa como iminente e alerta sobre a possibilidade do governo de Vladimir Putin buscar um falso pretexto para justificar o ataque.

A piora do sentimento por risco nos mercados globais deu força a ativos considerados seguros, como o dólar, destaca o Western Union em relatório. Já o euro esteve entre as divisas mais penalizadas pela crise geopolítica, a ponto de se sobrepor à recente mudança de tom hawkish pelo Banco Central Europeu (BCE), diz o banco.

Economista chefe do BC europeu, Philip Lane disse hoje que ainda não é necessário um aperto monetário significativo na zona do euro, já que as expectativas inflacionárias de médio prazo na região estão dentro da meta de 2% da entidade.

Nos EUA, o presidente do Federal Reserve (Fed) de St. Louis, James Bullard, reiterou sua defesa por um aumento de 100 pontos-base da taxa de juro até o começo de julho, de forma a controlar a alta inflacionária persistente no país. Segundo ele, o movimento não deve trazer turbulência aos mercados pois o aumento dos Fed funds já foi em grande parte antecipado.

A Capital Economics, porém, avalia que o mercado ainda subestima o tamanho do aumento do juro pelo Fed nos próximos anos, e a casa prevê um fortalecimento do dólar como consequência. Segundo a Capital, o Fed deve subir o juro além da margem de equilíbrio por conta do “particularmente apertado” mercado de trabalho americano e a falta de empecilhos na economia que poderiam conter o ciclo de aperto monetário, em comparação com outras economias desenvolvidas.

Entre emergentes, o rublo russo registrou forte baixa ante a divisa dos EUA em meio ao recrudescimento das tensões locais. Já o peso argentino se manteve em baixa moderada no confronto com o dólar após o BC da Argentina subir o juro em 250 pontos-base nesta tarde. No horário citado, o dólar subia a 76,366 rublos e 106,7132 pesos argentinos.