A MRV, que opera dentro do Casa Verde e Amarela (CVA), gerou lucro de R$ 27,087 milhões. Já a maior parte do lucro veio da subsidiária norte-americana AHS, que contribuiu com R$ 60,553 milhões. A Urba, de loteamentos, e a Luggo, de locação residencial, geraram prejuízos de R$ 14,2 milhões e R$ 2,2 milhões, respectivamente.
Parte da queda no lucro consolidado é explicada pelo aumentos nos custos de construção, que levaram a companhia a aumentar o orçamento previsto para seus projetos em andamento. Isso fez a margem bruta recuar 8 pontos porcentuais, passando de 27,8% para 19,8% na mesma base de comparação anual.
O grupo informou que “eventos como o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, e a intensificação da inflação de energia e de commodities demonstraram que as projeções inflacionárias de 4,5% ao ano, consideradas nos orçamentos anteriores, seriam insuficientes. Com isso, a companhia atualizou as projeções de INCC em seus orçamentos para 7%, o que resultou na compressão da margem bruta no trimestre”.
O lucro também sofreu um efeito negativo de R$ 19 milhões no resultado financeiro com a venda das carteiras de recebíveis das operações de MRV e da Urba. O resultado financeiro apurou ainda um efeito positivo na operação de swap de recompra de ações da MRV e outro efeito negativo com a marcação à mercado dos swaps de dívidas, de IPCA para CDI.
Sem contar as oscilações no resultado financeiro, de caráter não operacional, o lucro líquido consolidado da MRV&Co teria sido de R$ 101 milhões.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado foi a R$ 199 milhões, queda de 5,8%. A margem Ebitda recuou 1,3 ponto porcentual, para 11,9%.
A receita líquida atingiu R$ 1,675 bilhão, crescimento de 4,8%.
O resultado financeiro (saldo entre receitas e despesas financeiras) ficou positivo em R$ 16 milhões, recuo de 53,8%.
As despesas comerciais cresceram 4,1%, para R$ 158 milhões. Por sua vez, as despesas gerais e administrativas subiram 17,8%, para R$ 137 milhões.
A MRV&Co encerrou o primeiro trimestre com dívida líquida de R$ 3,240 bilhões. O montante é 30,7% maior na comparação anual. A dívida total cresceu 23,1%, para R$ 6,170 bilhões, e a disponibilidade de caixa subiu 21,5%, para R$ 3,024 bilhões.
A alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e patrimônio líquido) aumentou de 40,9% para 49,3%. O grupo tem R$ 592 milhões de dívidas com vencimento nos próximos 12 meses.
Conforme já reportado em relatório preliminar, houve queima de caixa de R$ 817,1 milhões. O desembolso resultou da antecipação da compra de materiais para contornar aumentos futuros nos custos, e a maior parte veio com a expansão das operações da AHS nos Estados Unidos.
Operacional
A MRV&CO teve vendas líquidas consolidadas de R$ 1,743 bilhão no primeiro trimestre de 2022, aumento de 7,6% na comparação anual. Considerando apenas a MRV, as vendas líquidas somaram R$ 1,495 bilhão, baixa de 7,1%.
Os lançamentos consolidados da MRV&CO atingiram R$ 1,735 bilhão, aumento de 1,4% na mesma base de comparação. Considerando apenas a MRV, os lançamentos foram de R$ 1,039 bilhão, recuo de 38,8%.