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OMC pede ação coordenada para lidar com ‘salto recente nos preços de commodities’

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Estadão Conteúdos

A diretora-geral da Organização Mundial de Comércio (OMC), Ngozi Okonjo-Iweala, pediu nesta segunda-feira, 28, uma “ação coordenada” para lidar com a “forte alta recente nos preços das commodities, que ameaça a segurança alimentar em muitos países”. Segundo comunicado da entidade, o comércio pode ter um papel para ajudar países a se ajustar e a superar choques como a pandemia a covid-19 e a “crise na Ucrânia”, com a invasão da Rússia.

“O comércio tem sido e continuará a ser um meio crucial de adaptação para os crescentes choques globais pelos quais o mundo tem passado”, afirmou ela, dizendo que o momento não é de recuar nessa frente, mas de “ressaltar a importância do multilateralismo, da solidariedade global e da cooperação”.

A crise da covid-19 e a guerra na Ucrânia têm levantado preocupações sobre a vulnerabilidade das cadeias globais de produção e levado a pedidos de substituir a produção de outras nações pela local, lembrou a autoridade. Segundo ela, porém, haverá maior força na oferta global com “mercados internacionais mais aprofundados em suas relações e mais diversos”. Já concentrar a produção no mercado interno pode ser algo compreensível, mas também gera o risco de novas vulnerabilidades “e pode não ser a melhor estratégia de gerenciamento de risco”.

A OMC destaca os impactos do quadro na Ucrânia, que eleva o risco de faltar alimentos em países dependentes de Ucrânia e Rússia para importar itens como o trigo. “Na África, os preços de commodities importantes já subiram de 20% a 50% entre janeiro e março”, advertiu Okonjo-Iweala, além de ressaltar a importância da cooperação internacional no comércio para mitigar riscos de pobreza, fome e consequentes distúrbios sociais.