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Ouro fecha em alta, com repercussões de payroll para o Fed e conflito na Ucrânia

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Estadão Conteúdos

O contrato mais líquido do ouro fechou em alta nesta sexta, 4, em sessão que contou com a publicação do payroll de fevereiro nos Estados Unidos, que registrou um aumento moderado nos salários, levando forças ao argumento mais suave para a alta de juros pelo Federal Reserve (Fed). Além disso, o acirramento das tensões na Ucrânia, que contou hoje com a tomada de uma usina nuclear pelas forças russas, destacou mais uma vez o ouro como um porto seguro.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para abril subiu 1,59%, a US$ 1.966,6 por onça-troy. Na semana, o metal ganhou 4,19%.

“Os preços do ouro subiram depois que um relatório robusto de emprego foi acompanhado de salários suaves, o que reforçará o argumento dos membros dovish do Fed de ter um ritmo mais lento de subida das taxas”, aponta Edward Moya, analista da Oanda. Em entrevista após a publicação, o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, afirmou que aumentos de 25 pontos-base da taxa de juros em cada reunião de política monetária podem ser mais do que essenciais.

Moya aponta ainda que a demanda por portos seguros aumentou depois que os russos tomaram a maior usina nuclear da Europa, no sudeste da Ucrânia. “A campanha militar da Rússia continua a obter ganhos e isso está levando a temores de que eles tenham a ambição de assumir o controle de toda a Ucrânia”, avalia o analista.

Com as ações europeias e o euro em queda livre, a demanda por portos seguros não diminuirá tão cedo, resume. “O ouro tem os principais níveis de resistência técnica que precisa superar, mas o argumento para o nível de US$2.000 a onça-troy não parece mais tão absurdo. O nível de US$1.980 deve se manter esta semana, mas se a aversão ao risco permanecer forte no início da próxima semana, o ouro pode ver um impulso de alta levar os preços para o nível psicológico de US$2.000”, projeta Moya.