Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para fevereiro recuou 0,19%, a US$ 1.788,30 por onça-troy.
Na próxima reunião do Federal Reserve (Fed), o Commerzbank acredita que uma redução gradual nos estímulos mais rápida pode potencialmente pesar sobre o preço do ouro, se o dólar se valorizar e os rendimentos dos Treasuries aumentarem quando isso for anunciado.
Levando em conta 2021, o Commerzbank avalia que os metais preciosos devem fechar o ano com um retorno negativo, mas com potencial de alta para 2022. O banco alemão destacou, em relatório enviado a clientes, que o Fed provavelmente apertará sua política monetária em 2022, mas isso não mudará o ambiente de taxas de juros reais negativas, o que é favorável para o ouro. “É provável que o próximo ano seja dominado pela questão de como os bancos centrais reagem ao aumento significativo das taxas de inflação”, diz o banco. Hoje, pesquisa divulgada pelo Fed de Nova York apresentou aumento nas expectativas de inflação de curto prazo, passando de 5,7% em outubro para 6%, e queda na de médio prazo (4% ante 4,2%), sendo este o primeiro declínio desde junho deste ano.
Dessa forma, caso a inflação mais alta se arraigue e os bancos centrais deixem de reagir adequadamente a ela, o ouro provavelmente se beneficiaria com isso como uma proteção. Segundo o Commerzbank, por causa de sua baixa correlação com outras classes de ativos, o ouro é perfeitamente adequado para diversificação. Além disso, muitos bancos centrais provavelmente estarão ansiosos para não permitir que a participação do dólar em suas reservas monetárias se torne muito grande. “O dólar já se encontra significativamente sobrevalorizado, o que implica o risco de perdas cambiais.
Para o Commerzbank, existe ainda um risco latente de que o governo dos EUA possa usar o dólar como alavanca política para sanções. Esse risco existe em particular para grandes economias emergentes que estão em competição política e econômica com os EUA. O ouro não tem esse risco de sanção, lembra o banco.