O ouro para abril, contrato mais líquido, fechou em alta de 0,20%, a US$ 1.807,80 por onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex). Na semana, o metal acumulou alta de 1,28%.
A economia dos Estados Unidos criou 467 mil empregos em janeiro, em termos líquidos, segundo dados publicados nesta sexta pelo Departamento do Trabalho do país. O resultado ficou bem acima da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, de geração de 150 mil vagas. Por outro lado, a taxa de desemprego dos EUA subiu levemente, de 3,9% em dezembro para 4% em janeiro. O consenso do mercado era de manutenção da taxa em 3,9%.
O forte resultado do relatório de emprego dos EUA (payroll) em janeiro e as revisões para cima dos dois meses anteriores preparam o caminho para que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) eleve juros em 25 pontos-base em março, avalia o banco canadense BMO. Em nota a clientes, o BMO diz que os dados reforçam argumentos a favor de um aumento mais agressivo de juros no próximo mês, de 50 pontos-base, mas reitera sua previsão de alta mais conservadora, de 25 pontos-base.
De acordo com Edward Moya, da Oanda, os preços do ouro chegaram a cair depois do payroll surpreendentemente forte, o que aumentou as expectativas de que o aperto de curto prazo do Fed será muito mais agressivo. “A reação instintiva para o ouro foi um colapso abaixo do nível de US$ 1.800”, destaca.
No entanto, para o TD Securities, os preços dos metais preciosos permaneceram “teimosamente” resistentes durante as celebrações do Festival da Primavera na China. “À primeira vista, parece que o apetite por refúgios seguros em meio às tensões russas pode estar elevando os preços. No entanto, o tom decididamente hawkish do Fed está impedindo que o capital flua de forma sustentável para o metal amarelo”, avalia o banco de investimentos em relatório. Na semana, o TD destaca que os preços do metal foram apoiados pelo dólar fraco em meio a fluxos fracos com os mercados chineses fechados.