Quanto ao ambiente de contratação, o mercado livre apresentou alta (+5,5%) no consumo no mês, enquanto o consumo cativo das distribuidoras de energia elétrica retraiu (-1,1%).
Em fevereiro, o consumo de energia elétrica da classe comercial cresceu 7,4% comparado ao mesmo mês do ano passado, atingindo 7.985 GWh. A alta segue o bom desempenho do setor de serviços, que subiu 9,5% em janeiro, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar do aumento do consumo, o valor é menor do que o que foi registrado antes da pandemia de covid-19 no Brasil, em fevereiro de 2019 (8.039 GWh), observou a EPE.
Classe comercial
Todas as regiões do País tiveram aumento no consumo da classe comercial no mês de fevereiro. Assim como no mês anterior, a região Sul (+11,3%) continua liderando a expansão, seguida pelo Norte (+11,9%), Sudeste (+6,5%), Centro-Oeste (+4,7%) e Nordeste (+3,3%).
Entre os Estados da Federação, as maiores taxas de consumo da classe no País, ocorreram no Amazonas (+34,2%) e em Minas Gerais (+29,4%). Contudo, a maior retração foi registrada no Amapá (-15,8%).
Indústria
Já o consumo de eletricidade na indústria teve leve alta, de 0,1%, indicando estabilidade em relação a fevereiro de 2020. Ainda assim, registra o maior consumo para o mês dos últimos seis anos, com 14.354 GWh.
A região Sul (+4,3%) foi quem mais elevou seu consumo no período, ao passo que Nordeste (+0,4%) e Centro-Oeste (+0,3%) cresceram apenas marginalmente. Já o Norte (-4,6%) e o Sudeste (-0,9%) apresentaram retração. Alagoas (+58,2%) tem novamente a maior taxa de expansão, ainda efeito da gradativa retomada em 2021 da produção de cloro-soda no Estado.
O comportamento dos dez segmentos mais eletrointensivos da indústria ficou dividido: metade dos ramos elevou o consumo, enquanto a outra metade retraiu. Produtos alimentícios (+119 GWh; +6,5%) teve a maior expansão; seguido por papel e celulose (+99 GWh; +14,2%), que elevou o consumo no SIN principalmente pela parada programada em uma planta no Sul do país; e produtos químicos (+69 GWh; +4,6%), com destaque para cloro-soda em Alagoas.
O segmento de produtos têxteis apresentou a maior retração (-43 GWh; -7,9%); seguido por extração de minerais metálicos (-27 GWh; -2,9%), acompanhando a queda na cotação internacional do minério de ferro; e automotivo (-26 GWh; -4,9%), ainda impactado pela crise dos semicondutores e afastamentos de funcionários da linha de montagem pela variante Ômicron no início do ano.
Os resultados das exportações em fevereiro evidenciam a contribuição para o comportamento do consumo de eletricidade na indústria. A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontou a carne bovina (+81,8%) e farelos de soja e outros alimentos para animais (+40,5%) entre os produtos com expansão nas exportações. Enquanto isso, o minério de ferro (-43,9%) e alumínio (-88,4%) registraram queda.
Residências
Nas residências, o consumo de energia elétrica subiu 1,6% em fevereiro, após quatro quedas consecutivas, chegando ao valor de 13.022 GWh. O clima mais quente e seco na região Sul (+11,3%), resultado do fenômeno La Niña, contribuiu para o aumento do consumo da classe.
As regiões Norte (+3,4%) e Centro-Oeste (+3,3%) também apresentaram crescimento do consumo, porém em menor grau do que no Sul. Temperaturas mais elevadas e menor volume de chuvas em alguns Estados dessas regiões contribuíram para o comportamento do consumo.
Entretanto, as regiões Nordeste (-1,7%) e Sudeste (-0,8%) registraram queda. Amazonas (+21,1%), Roraima (+16,9%), Santa Catarina (+14,7%), Mato Grosso do Sul (+10,7%), Paraná (+10,0%) e Rio Grande do Sul (+9,8%) foram os Estados que mais se destacaram no crescimento do consumo. Por outro lado, Amapá (-35,8%), Ceará (-6,4%), Rio Grande do Norte (-5,7%) e Acre (-4,9%) registraram as maiores quedas no consumo.
No Amapá, ocorreram enchentes em decorrência de fortes chuvas e as temperaturas foram mais amenas no período, o que influenciou na elevada queda do consumo no Estado.