“Fatores como a alta na taxa de juros e a crescente inadimplência ajudam a explicar o comportamento mais comedido do consumidor em relação às compras para o Dia dos Pais”, diz em nota o economista da Boa Vista Flávio Calife. “A inflação também fez com que o poder de compra do consumidor diminuísse nos últimos trimestres e, naturalmente, o consumidor tem priorizado os gastos do dia a dia.”
O levantamento revela que 26% dos consumidores devem gastar mais do que em 2021, enquanto 25% desejam pagar menos. Nesse último grupo, 46% pretendem gastar menos devido à alta dos preços, 37% priorizarão outras contas e 17% alegaram ter sofrido uma redução nos ganhos familiares.
Apesar de apenas 26% das pessoas desejarem gastar mais do que no ano anterior, o gasto médio planejado pelos consumidores é de R$ 174, um acréscimo de 27% em relação aos R$ 137 de 2021. A inflação acumulada nos 12 meses até julho deste ano, por sua vez, foi de 10,07%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A Boa Vista acrescenta que 60% dos consumidores consideram gastar no máximo R$ 200.
Entre os 42% que não farão compras para a data, 28% atribuem a decisão ao endividamento, 24% dizem não ter esse hábito e 18% apontam a diminuição da renda como principal motivo. A priorização de outras despesas e o desemprego foram outras razões citadas, ambas com 16%.