Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI para março subiu 0,07% (US$ 0,06), a US$ 88,26, enquanto o do Brent para abril avançou 0,35% (US$ 0,31) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 89,47.
A decisão de manter os planos para a retomada gradual da oferta pela Opep+ deu tração ao petróleo mais cedo. De acordo com a Capital Economics, não está claro se o cartel conseguirá cumprir com as cotas acordadas para março, uma vez que tem tido dificuldade para fazê-lo nos últimos meses. De acordo com a consultoria, o núcleo dos 10 países da Opep aumentou sua oferta em apenas 166 mil bpd em dezembro, quando o esperado era 250 mil bpd.
“Com preços tão altos (do petróleo), há um incentivo para reconfigurar os aumentos programados, permitindo que países com maior capacidade ociosa como a Arábia Saudita aumentem a produção mais rapidamente, mas isso pode ser difícil de ser acertado”, explica a casa.
Outro driver para a commodity foi a queda dos estoques americanos de petróleo, que recuaram 1,047 milhão e contrariaram a previsão de analistas. Os estoques de gasolina, no entanto, subiram mais que o esperado. “Prevemos que a desaceleração do crescimento econômico, juntamente com uma resposta da oferta aos altos preços do petróleo, acabe por aliviar o aperto no mercado”, projeta a Capital Economics.
Segue ainda no radar as tensões geopolíticas entre potências do Ocidente e a Rússia, que podem desencadear sanções contra Moscou e, com isso, bloquear parte da oferta de petróleo russo e agravar a crise energética na Europa.
A potencial adoção de sanções “sem dúvida causaria uma escassez significativa em muitos pontos de entrega globais (incluindo os EUA), já que o óleo de xisto americano e outros produtores não estão em condições de preencher a lacuna”, diz o TD Securities, que prevê o preço do petróleo em US$ 100 caso os riscos relacionados ao conflito “se materializem”.
Hoje, os EUA decidiram enviar 3 mil soldados à Europa, a fim de reforçar a defesa de aliados no continente, de acordo com informações da Dow Jones Newswires. A decisão foi vista como “destrutiva” por autoridades russas. Hoje, durante conversa com o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, o presidente russo Vladimir Putin reclamou da “relutância” da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em responder de “forma adequada” às preocupações expressas por Moscou.