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Petróleo fecha em baixa, com maior cautela no mercado e pressionado por dólar

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Estadão Conteúdos

Os contratos futuros do petróleo fecharam em queda nesta terça-feira, 28, pela primeira vez em seis sessões. O movimento seguiu uma cautela generalizada no mercado, em meio a preocupações com os cortes de energia na China e impasse orçamentário nos Estados Unidos. A maior busca pelo dólar também pressionou o ativo.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para novembro recuou 0,21% (US$ 0,16), a US$ 75,29 o barril, enquanto o Brent para o mesmo mês avançou 0,55% (US$ 0,44), a US$ 79,09 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Edward Moya, analista da Oanda, observa que os preços caíram depois o Brent ultrapassou a marca de US$ 80, o que pode ter incentivado alguma realização de lucro.

O economista também pontua que o avanço dos rendimentos dos Treasuries favoreceu a alta do dólar. A expectativa, porém, é que a fraqueza nos preços da commodity energética “não dure muito”.

A analista Louise Dickson, da Rystad Energy observa que, apesar da queda desta terça, este movimento recente de alta é significativo para o mercado e destaca como o equilíbrio mudou “drasticamente”, conforme ocorrem apertos na oferta e a demanda global retorna.

Os investidores também monitoraram notícias sobre a China, que agora lida com cortes de energia e decorrentes interrupções em suas produções. A Nomura e o Goldman Sachs cortaram a previsão de crescimento do país neste ano.

Além disso, o impasse no Senado norte-americano sobre a elevação do teto da dívida continua no radar. O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, e a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, alertaram nesta terça para os riscos ligados ao tema. Líder da maioria no Senado, Chuck Schumer disse que irá colocar a pauta em votação ainda nesta terça-feira.

A porta-voz da Casa Branca afirmou que Washington continua conversando com parceiros internacionais sobre a alta nos preços de energia recente, inclusive com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Em relatório, a Opep reafirmou sua previsão de que a demanda global de energia deve aumentar 28% entre 2020 e 2045.

Na Europa, por sua vez, as contas de luz deram um salto recentemente. Dependentes do uso de gás natural para geração de energia elétrica, os países da região foram afetados pelo aumento no preço do combustível fóssil, que é resultado do descompasso entre oferta e demanda.

Em entrevista ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o economista Aldren Vernersbach, pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV), afirma que a Europa precisa diversificar as fontes de energia antes de acelerar a transição energética.