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Petróleo fecha em baixa, seguindo perspectivas sobre guerra, estoques nos EUA e Fed

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Estadão Conteúdos

Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa nesta quarta-feira, 16, em sessão volátil, na qual os desdobramentos da guerra na Ucrânia seguiram impactando nos preços da commodity. Além disso, o mercado ficou atento aos dados sobre estoques nos Estados Unidos e ao relatório mensal da Agência Internacional de Energia (AIE). Ao final da sessão, seguindo a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed) de aumentar juros, as perdas foram ampliadas.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para abril recuou 1,45% (US$ 1,40), a US$ 95,04, enquanto o do Brent para maio baixou 1,89% (US$ 1,89) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 98,02.

Hoje, a Rússia indicou estar aberta a aceitar a possibilidade de um modelo de desmilitarização da Ucrânia que preserve o exército local e assegure status neutro em relação à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), segundo o Interfax. Além disso, uma reportagem do Financial Times informou que os dois lados trabalham em um plano de paz com essas propostas, mas há relatos de que os ucranianos rejeitaram a ideia de neutralidade.

Os preços do petróleo perderam quase todos os ganhos acumulados desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia há quase três semanas, e o Commerzbank avalia que as preocupações com uma redução substancial na oferta, que ainda prevaleciam até poucos dias atrás, parecem ter evaporado repentinamente. “Se a alta massiva do Brent para US$ 140 foi exagerada, sua queda também é agora”, aponta o banco alemão. Qualquer resolução pacífica da guerra ainda está longe, e as sanções contra a Rússia também devem permanecer em vigor por algum tempo, impedindo muitos consumidores de comprar petróleo russo, projeta.

A invasão da Ucrânia pela Rússia e as consequentes sanções impostas ao petróleo russo vão pesar na economia global e levar o mercado da commodity a uma situação de déficit, a menos que grandes produtores ampliem sua oferta, segundo avaliação da AIE. A agência estima que a guerra no Leste Europeu poderá fazer com que 3 milhões de barris por dia (bpd) de petróleo da Rússia deixem os mercados globais a partir de abril.

Enquanto isso, os estoques de petróleo nos EUA subiram 4,345 milhões de barris, na semana encerrada em 11 de março, informou hoje o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês). Analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal previam queda de 1,8 milhão.