O barril do petróleo WTI para dezembro recuou 2,35% (-US$ 1,99) na New York Mercantile Exchange (Nymex), a US$ 82,66, enquanto o do Brent para janeiro teve queda de 2,08% (-US$ 1,78) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 83,87.
Apesar de antecipado pela prévia do American Petroleum Institute (API) e por analistas consultados pelo The Wall Street Journal, o aumento nos estoques de petróleo dos EUA veio bem acima do esperado, a 4,268 milhões de barris, e ajudou a pressionar mais os contratos da commodity no mercado futuro, que já operavam em baixa durante a manhã.
Mas com a oferta global ainda insuficiente ante a forte demanda, a Rystad Energy não vê a alta dos estoques como um fator que colocará os preços para baixo por mais tempo. “As notícias de estoque não terão ímpeto negativo suficiente para perturbar severamente os fundamentos de alta do mercado, que parecem estar mantendo o barril do Brent em rota para atingir a marca de US$ 100 até o fim do ano”, avalia a consultoria.
Mas apesar dos fundamentos favoráveis aos preços no momento, a oferta mundial da commodity energética pode ganhar um reforço em breve com a possível retomada do acordo nuclear entre Irã, EUA, União Europeia e outras economias desenvolvidas. Hoje, o negociador-chefe de Teerã no âmbito do pacto, Ali Bagheri, disse que o país irá retornar às conversas em Viena, na Áustria, antes do fim de novembro. A eventual volta do Irã ao acordo poderia relaxar algumas sanções contra o setor petroleiro iraniano, abrindo caminho para que a produção local escoe para o mercado global.
A Capital Economics prevê que os problemas na oferta diminuirão com o tempo, e os preços do petróleo acompanharão o movimento. A casa destaca que a commodity tem subido apesar do fortalecimento recente do dólar, correlação “incomum” entre os dois ativos, e estima que a divisa americana manterá sua trajetória de crescimento por mais tempo que o óleo.